quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
A REVOLUÇÃO COSMÉTICA DA GESTÃO CUTRIM E OS CONSTANTES DESAFIOS DA CIDADE


Por Fernando Atallaia
DA Agência  Baluarte
atallaia.baluarte@hotmail.com

Os governos e/ou desgovernos que estiveram à frente da prefeitura de São José de Ribamar e que hoje ‘atacam’ a gestão Gil Cutrim nada mais são que os tumores do ‘tumor’ administrativo atual. Ressalvadas as peculiaridades de cada gestor, a cidade balneária assiste ao mesmo espetáculo que há décadas se repete a cada ‘’alternância’’ de governo. O espetáculo do pão e circo fomentado pela politicalha daqueles que somente querem enriquecer a custa do dinheiro público.

Vejamos: os Câmara como exemplo. Em 2004 apresentaram Luis Fernando Silva ao povo de Ribamar e ajudaram em muito em sua eleição vitoriosa. O atual secretário da Casa Civil do Governo Roseana foi o candidato da família Câmara neste ano. Já em outubro próximo, os mesmos Câmara devem apoiar Gil Cutrim, o candidato de Luis Fernando Silva à reeleição de 2012. Ou seja: a parceria continua. Até alguns membros da família já se lançaram pré-candidatos a vereador, como é o caso de Júnior Câmara. Apoiando Luis Fernando, ou melhor, Gil Cutrim, é claro. A fora os trocadilhos, tudo leva à mesma sintonia de sempre.
   
E Gil Cutrim, a continuidade do misancene de Luis Fernando Silva em São José de Ribamar, só tem a ganhar com essa promiscuidade. Ganha pelo desgaste de seus pseudo-opositores. Ganha pela ‘ações’ invisíveis e funestas de uma oposição de fachada, sem projetos, sem corroborações. E ganha, sobretudo pela adesão de grupos que mesmo sem votos e representatividade tentam barganhar acessos e parcerias. Cutrim, assim como alguns de seus antecessores compartilham da mesma forma de se fazer ‘política’. Ou seja: tratam a coisa pública nos quintais de suas próprias casas, dividindo interesses e ‘fechando negociatas’ que, a priori, beneficiem seus próprios interesses particulares. O povo vem depois. Ou melhor: o povo que se vire, revire. Se lixe, como diz o próprio povo. Em contrapartida, a mídia comprada em Ribamar cumpre seu papel, e de forma fidedigna: bajula dos pés à cabeça aqueles que deveriam ser indagados, questionados e postos à prova das inquietações da população ribamarense. E não é de hoje.


No decorrer da gestão Luís Fernando Silva, como é sabido, as comunidades do município puderam contemplar ao bombardeio de centenas de placas estendidas pelo espaço físico ribamarense. Anúncio de obras? Sim. Mas na clara intenção de mostrar aos ‘veículos de comunicação’ a pauta do dia para o marketing e publicidade políticos. Luís Fernando à época foi denominado de ‘o prefeito das placas’. As mesmas placas, que na prática, não honravam as descrições das obras anunciadas. Muito se questionava, como até hoje se questiona, a exorbitância dos valores das obras, o que abre margem de interpretação para a constatação de superfaturamento nas mesmas. A ponte do Miritiua e o Estádio Municipal podem servir de exemplo ao pesquisador interessado- uma vez que as ‘grandes mudanças e transformações sociais’ supostamente iniciadas em 2005 não se sustentam pelo discurso fácil e duvidoso apregoado pela imprensa governista oficial.


Atualmente, a revolução ou mesmo renovação cosmética (epidérmica, superficial) da atual gestão (originária da época de Luis Fernando) voltada para a divulgação pasteurizada de uma São José de Ribamar ‘cada vez melhor e para todos’ cai por terra, quando a grande maioria da população do município reclama nas redes sociais ( facebook, outros)- como que num grito desesperado-, melhorias estruturais para bairros e povoados da cidade balneária, sendo que estas mesmas reclamações dos ribamarenses parecem nunca serem atendidas ou sequer ouvidas. O acirrado bombardeio das placas marketeiras continua, mas a cidade também segue enfrentando os mesmos desafios. Os desafios da presença de políticas públicas conjunturais para áreas essências como Emprego e Renda (grande parte do povo de Ribamar trabalha em São Luís por não haver oferta de empregos na cidade), Saúde ( construção de hospitais, mais médicos, bom atendimento e ações preventivas), Educação( escolas não sucateadas e descentralização de unidades de ensino para todo município), Infraestrutura( pavimentação asfáltica de qualidade e calçamento de ruas e avenidas que continuam incompletas) e Cultura( valorização dos artistas ribamarenses e projetos culturais sistemáticos).Aqui esquecemos de pontuar os baixíssimos salários estabelecidos para o funcionalismo público municipal, assim bem, como sua consequente desvalorização. Outra problemática que nas manchetes dos jornais é mostrada como ausente. Mas nunca deixou de ser gritante.
   
Desta forma, a cidade balneária, contextualizada na triste realidade exposta, ganha os versos contundentes do compositor pernambucano Chico Science quando afirmam que ‘a cidade não morre, a cidade só cresce, o de cima sobe, o de baixo desce’. Em São José de Ribamar, essa constatação contida na música do artista manguebeat é nítida. Transparente: alguns poucos, muito ricos(classe política)e a grande maioria( população) miserável. A prova dos nove? Um passeio turístico pelos povoados ribamarenses fará toda e qualquer tese de desenvolvimento rever sua conceituação. São jovens e adultos sem oportunidades; crianças submetidas ao subemprego e sem perspectivas de futuro; e toda sorte de descasos patrocinados por uma gestão, que ao que tudo indica, fora concebida nos escritórios pensantes das agências de publicidade. O desenho original e irredutível do município- diferente daquele criado pela mídia fantasiadora e propinada- vem se aproximando dos olhos do povo de outra maneira, a real:  ruas em formato de valas; alastramento da violência; criminalidade incessante e descontrolada e o pior: a desesperança de toda uma população que elege um governo que governa sim em São José de Ribamar, mas para si mesmo.
A Corrupção e os Privilégios

Por Alberto Dines
Do Observatório da Imprensa

Elementar, nuclear, primal – a corrupção é o problema dos problemas, ponto de partida de todos os nossos vícios e malefícios. É a disfunção genética do Estado brasileiro que desvirtua, avilta, deteriora e perverte as melhores leis, instituições, costumes e intenções.

Os entraves que impedem o nosso progresso em todos os campos estão diretamente relacionados com a corrupção e a impunidade. Todos. Da indústria das emendas orçamentárias oriundas do Legislativo à indecente troca de cargos por votos, das nomeações de notórios incompetentes aos conflitos de interesses enquistados nos desvãos do poder público, do abuso do álcool ao volante (responsável pelas 50 mil mortes no ano passado) ao crescimento exponencial do narcotráfico e das milícias, das falhas da Defesa Civil às agressões ao meio-ambiente, da inoperância dos sistemas de fiscalização de serviços públicos às trapaças das licitações para concessões, tudo tem a mesma matriz e o mesmo DNA – a complacência com a imoralidade. A prevaricação é tamanha que chega a deturpar o próprio sentido das palavras e dos valores que representam.

Duas legiões

Lutar contra a imoralidade tornou-se opção arcaica, burguesa, reacionária, oposta à noção de modernidade e eficácia. E isso a tal ponto que dos 28 partidos políticos registrados até 27 de setembro último nenhum ousou desfraldar de forma ostensiva, inequívoca, a bandeira da luta contra a corrupção.
A 29ª agremiação legalizada, o Partido Social Democrático (PSD), engendrado pelo prefeito paulistanoGilberto Kassab, ofereceu como prova de sua universalidade – ou inapetência para compromissos – a promessa de que não será de esquerda, de direita ou de centro, porém não se manifestou a respeito da maior aspiração da sociedade brasileira: o império da decência.

Nem poderia, porque o próprio nome da sigla é uma tremenda fraude histórica, seu nome de batismo foi afanado, caso clássico de apropriação indébita. Sequestro clássico: a social-democracia – com ou sem hífen – ostenta um passado de conquistas sociais, humanas, políticas e éticas sem paralelo no mundo, sobretudo na Europa, com sólidas ramificações na América Latina, Oriente Médio, Ásia e Oceania.
Deturpar o passado, desvirtuar significados e assumir ostensivamente um comportamento enganoso, mesmo no plano imaterial, é indecoroso; a probidade deve valer em todas as esferas. Mesmo com o louvável intuito de confrontar esta excrescência política chamada PMDB, o logro recém lançado no mercado dos votos com o nome de PSD é injustificável. Só servirá para consagrar a promiscuidade e a galinhagem eleitoral cujo destino final é, sabidamente, a corrupção e sua dileta cria, a impunidade.

Os 20 mil indignados e idealistas brasilienses que na quarta-feira (12/10) esqueceram o feriado e manifestaram-se contra os corruptos e seus beneficiários não precisam ostentar propostas concretas ou programas definidos. Acreditam na primavera brasileira e isto é o bastante. Tal como os seus co-irmãos norte-americanos (principalmente novaiorquinos) que investem contra Wall Street, mas na realidade estão resistindo à anarquia do Tea Party. Acima e abaixo do Rio Grande, as duas legiões defendem o Estado decente, justo, isonômico.

As diferenças

Os grandes clamores populares que mudaram os rumos da humanidade nos últimos 500 anos não obedeciam a plataformas rígidas, arrumadas. Foram explosões de insatisfação que hoje podem ser canalizadas através das redes ditas “sociais” e da mídia tradicional. E se estas se mantêm acríticas, perplexas, aparvalhadas – como tem acontecido – convoque-se o magnata Warren Buffet que acaba de divulgar ruidosamente a sua declaração de rendimentos: pagou apenas 17,4 % de imposto, enquanto que, para seus empregados, a alíquota foi de 30%.

O magnata e social-democrata alemão Walter Rathenau, um dos pilares da falecida República de Weimar, também favorecia o imposto sobre fortunas. Foi assassinado pelos precursores do nazismo.

Está claro: o mundo clama pelo fim dos privilégios. A corrupção quer mantê-los.

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