quinta-feira, 22 de março de 2012

A poesia no espaço primeiro de sua retórica
Livro da psicóloga, advogada e poeta Núbia Feitosa, mais conhecida em Paço do Lumiar como Núbia Dutra, retrata de forma brejeira nuances do cotidiano dentro de uma atmosfera romântica simples e singela; em alguns momentos a escritora alça grandes voos e sugere outros

Por Fernando Atallaia
Da Agência Baluarte
atallaia.baluarte@hotmail.com

Lendo as primeiras linhas de ‘Andarilha’(Editora CBJE, 87págs.,2011, distribuição gratuita), chega-se a constatação de que aquela poesia simples e acalentadora produzida no Estado por nomes como Dagmar Desterro, Teresa Braúna Moreira Lima e Dilercy Adler, ainda tem espaço no Maranhão literário de hoje. Mesmo diante das inúmeras investidas das vanguardas atuais e do domínio do Visual pesando sobre a arte poética realizada atualmente na capital e demais cidades do país, o apelo sugerido por Núbia Feitosa em sua obra de estreia ganha a receptividade do público.

A literatura escrita por mulheres no  decorrer de sua flagrante busca de espaço no Brasil contemporâneo só encontrou dicção própria a partir da década de 70, com nomes como Ana Cristina César, Bruna Lombardi e Martha Medeiros. E aqui não se fala de cânones e ícones literários como Adélia Prado e a paulistana Hilda Hilst. Reservadas que estão às peculiaridades e temáticas de suas obras, estas últimas absorvidas por outras conjecturas temático-poéticas e existenciais não caberão à análise do texto presente.

A poesia de Núbia Dutra é fôlego inicial: pretende alcançar o leitor mais simples, mas aqui ou ali insinua grandes perspectivas estéticas.Como no poema 'A Vida Escrachada' onde a autora empreende a busca de realidades sutis  dentro do imaginário das relações amorosas e abre margem para uma interpretação do Ser numa esfera mais existencialista. Ela diz 'enquanto eu já ri dos rigores, fugi dos favores e odeio os andores, busco verdejar'. Essa busca das contrações pessoais oriundas da vivência da poeta nada mais é que os elementos que encorpam o livro do início ao fim. Uma certa viagem em torno de fins, começos, idas e voltas fazem de ‘Andarilha’ uma obra densa e demasiadamente humana.


Núbia Dutra: psicóloga, advogada e poeta, ela é um dos grandes nomes da política luminense; escritora é pré-candidata a prefeita de Paço do Lumiar
No campo dos signos e estilo literário, a autora impõe despretensão. 'Andei por aí sofrendo, fiz um parto daquele parto', afirma em ‘Lágrimas Paridas’, outro poema contido no repertório da artista que no livro mostra a feição de uma mulher humanista, mãe e fêmea. Essa visão antropológica de Núbia Dutra adquire forma e cor nas temáticas que escolhe e nos temas trabalhados: poeticidade de verve fundamental para o cotidiano agônico de seres perpassados por adversidades várias, em particular as mulheres em seus redutos femininos. Uma aura de desencanto e inconformismo norteiam a obra e as intenções da autora, mas há também climas de paz, brandura e a sutileza de quem já amou intensamente rumo às perdas e dilacerações dos referenciais.

Essa visão disforme-porque ampla e heterogênea- pontua toda a obra de forma reticente e estabelece estruturas estéticas pouco lineares. Vez por outra a poeta lança mão da sonoridade e atenta para o uso dos sonetos, mas a obra em si é delineada e construída em versos livres, soltos e bem dispostos à página. Quando extravasa emoções, o tema superabunda e os padrões de métrica não são respeitados. Procedimento que eleva a semântica e o ‘poder do falar’ a altas significâncias. Ganha o leitor. O livro alimenta ainda um mosaico de propostas confessionais, típico da poesia escrita por mulheres, entretanto, já sinaliza para uma autora de visão aguçada e fazedora de seu próprio caminho histórico-literário. Núbia Dutra já lançou a rede ao mar. Agora é só não temer novos mergulhos: ‘Este negócio de escrever poesia é bicho danado de difícil. Entra prova e sai prosa, o bicho da pena não para’’. Vamos torcer para que continue!




Corpo é encontrado em fazenda de Marcel Curió

Do blog do João Costa

O corpo estava em médio grau de decomposição e apresentava uma perfuração na altura do tórax. Ainda não se sabe se esta perfuração é de faca ou tiro. O corpo encontrado estava nu e não foi encontrado nenhum documento ou objeto pertencente ao cadáver. O cadáver apresentava ainda inchaço na altura do pescoço, possivelmente, oriundo de tortura por asfixia.


Supõe-se que o indivíduo estava pescando, embora não ter sido encontrado material de pesca, haja vista que havia rastros de tarrafa e depósito de lodo na margem do açude.

Marcel Curió(na imagem frontal): ele terá que prestar esclarecimentos sobre cadáver encontrado em fazenda de sua propriedade


O corpo foi periciado preliminarmente às margens do açude por Antonio Enfermeiro, técnico em enfermagem do Hospital do Povo e posteriormente enviado para o Hospital do Povo de onde seguiu para o IML (Instituto Médico Legal) em São Luís, direcionado para a perícia oficial do Estado do Maranhão.



A Polícia Civil está investigando o suposto assassinato deste senhor ainda não identificado.
Em três meses sai o resultado da perícia do IML em São Luís. O Estado do Maranhão tem até 1 mês para identificar o corpo, caso isso não ocorre, ele será enterrado como indigente.

Lembrando Gerô no Dia Estadual de Combate à Tortura

Por Paulo Melo Sousa
Especial para ANB Online

O Dia Estadual de Combate à Tortura foi instituído depois do
assassinato do artista maranhense GERÔ, poeta popular, cordelista e
repentista. Gerô gravou quatro CDs e diversos jingles de campanhas
políticas e eleitorais. GERÔ foi assassinado por PM's no dia 22 de
março de 2007. Será exibido um filme abordando o tema da tortura,
seguido de debate, com Cinthia Urbano e Joisiane Gamba (Sociedade
Maranhense de Direitos Humanos - SMDH). Iniciativa conjunta do
Papoético, Chico Discos e SMDH.


Artista popular Gerô: exposto a falsidade dos políticos maranhenses e a truculência da polícia, ele foi brutalmente assassinado pela PM do Maranhão em 2007


O Projeto Papoético existe desde novembro de 2010 e acontece
semanalmente, reunindo um grupo seleto de convidados, que se encontram
para debater arte e cultura. Completamos no dia 25 de novembro de 2011
o primeiro aniversário do Papoético, que acontece no Sebo do
Chiquinho. RUA DE SÃO JOÃO (ESQUINA COM RUA DOS AFOGADOS, ONDE TEM UM
SEMÁFORO), 389 – A, ALTOS DO BANCO BOMSUCESSO, ENTRADA PELA RUA DE SÃO
JOÃO. Lá funciona um barzinho; som de primeira. Papos sobre arte e
cultura. Espaço para leituras de poesia, contos e performances.
Entrada franca.

Um ensaio sobre a Taça Santander Libertadores Global Carioca



Por Nielsen Furtado


No final da Idade Média, o homem vivia imerso em sua mais estúpida barbárie, e as leis eram difusas e a política descentralizada em razão da existência de vários feudos no “Velho Mundo”. Havia a necessidade de aglutinação e criação de leis que pudessem “domesticar” a insanidade humana, que na maioria dos casos levava os indivíduos a praticarem justiça com as próprias mãos.

Nesse enredo histórico, surge uma classe social de comerciantes que ascendeu na Idade Média, era a chamada Burguesia, que rica, mas sem poderes políticos, incentiva a criação da concepção de “Estado”, para governar e criar leis que pudessem “civilizar” o homem. Essa troca entre a “liberdade” humana da Idade Média e um “estado controlador de direito”, foi chamada por Thomas Hobbes, de contrato social, em sua obra Leviatã.

Hobbes defendia que era necessária a figura de um Monarca ou de uma Assembleia com poderes ilimitados, para que o novo modelo político fosse vitorioso. Assim, nasce a figura do Absolutista, que tinha a sua razão de ser e governar, proferida por Deus, para dessa forma pacificar o mundo.

Os tempos passaram e o poder do monarca absoluto foi questionado e ultrapassado, abrindo espaço para novas políticas que trouxeram uma maior dinamicidade para o aperfeiçoamento da democracia, que foi criada pelos Gregos na Idade Antiga.

Pois sim, pode causar indagações o que o absolutismo e a democracia têm a ver com a Taça Santander Libertadores Global Carioca. Tal qual na Idade Média, o futebol brasileiro passava por um período de insanidade e descentralização. Insanidade, no termo abstrato da palavra, no mais fantasioso possível enredo, que é o de hoje pensar o futebol sem os holofotes da grande mídia. Descentralizado, pois cada estado brasileiro, ou guetos, assim é mais original, emolduravam seus times e os faziam ser mais fantásticos dentre os melhores do mundo.

Rede Globo de Televisão:monopólio do grupo vai de encontro ao fortalecimento do Futebol nos estados brasileiros



Com o advento e o desenvolvimento da mídia televisiva no Brasil, e a necessidade de curar a insanidade e a descentralização do futebol no Brasil, eis que a burguesia outra vez entra em campo, sem nenhum trocadilho ortográfico. Com essa velha-nova aparição, essa classe social (re)nasce para criar o novo “absolutista”, que com poderes “divinos”, criará as novas leis que serão seguidas pelo “Reino do Futebol”.

Esse novo Leviatã, em nada buscou mecanismos na obra de Hobbes, é aqui usado apenas como codinome usurpado do grande filosofo. Esse novo “monstro” começa a atuar pelo nome de “Organizações Globo”, e cria uma infinidade de leis que acabam transformando o futebol em algo tendenciosamente comercial, longe da magia e encantamento, característicos dos Reinos Medievais, tratados aqui outrora.

O “monstro” Globo dita e edita regras, e impõe aos telespectadores o “absolutismo esportivo”, na qual o futebol carioca é regra incontestável, tal qual um dogma irrevogável. Os olhos do telespectador são “ditatorialmente” levados a contemplar o universo dos times do Rio de Janeiro, fazendo com que os outros “guetos” esportivos figurem como meros coadjuvantes do “Absolutismo Global”.

A Taça Santander Libertadores Global Carioca perderá o seu encanto quando os “cavaleiros flamenguistas, vascaínos e tricolores” forem abatidos de forma cruel por bravos guerreiros de reinos distantes e além holofotes do “monstro” Globo. A história é um ciclo que tem repetições no decorrer das eras, assim como o Absolutismo ruiu como modelo político, o “Absolutismo Global” também dará espaço para a democratização das transmissões esportivas no Brasil.

Enquanto isso não acontece, vou me definindo nesta paráfrase de Fernando Pessoa: Quanto a mim... O amor pelo futebol passou.... Eu só lhe peço que não faça como gente vulgar, que é sempre reles; que não me volte a cara quando passe por si, nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor. Fiquemos, um perante o outro, como dois conhecidos desde a infância, que se amaram um pouco quando meninos, e, embora na vida adulta sigam outras afeições e outros caminhos, conservam sempre, num escaninho da alma, a memória profunda do seu amor antigo e inútil...     

         

        
Nielsen Furtado é jornalista e comentarista oficial de Futebol de ANB Online.

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