domingo, 8 de abril de 2012
Um breve caminhar sobre o futebol maranhense
Por Nielsen Furtado
Carinhar a pena sobre o papel em branco da saudade e da dor, faz com que eu relembre momentos que outrora foram mágicos e moviam milhares de pessoas em um só objetivo: torcer pelo time do coração no Maranhão. Refaço meus passos nesse artigo, remexendo nos alfarrábios da minha memória, onde permito-me até parafrasear Casemiro de Abreu, e deleito-me com esses belos versos: Oh! que saudades que tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida /Que os anos não trazem mais! /Que amor, que sonhos, que flores, / Naquelas tardes fagueiras / (...).
O futebol maranhense já teve seus tempos áureos. Os torcedores já foram mais apaixonados e exibiam com orgulho as cores do seu time de coração. Por aqui já desfilaram mágicos dos dribles que faziam parecer fácil jogar futebol. Os campos ludivicenses e Maranhão afora, já testemunharam verdadeiras obras de arte que se perderam com o tempo poético que ficou na lembrança nostálgica de quem teve o prazer de contemplar a mais pura literatura futebolística ao vivo.
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É penoso saber que esses momentos foram vividos no século passado. Ainda no final do Século XX, o futebol maranhense tentou ressurgir das cinzas, mas esbarrou na incompetência e ambição de seus gestores. É factual que o maranhense sabe jogar futebol, e quiçá, é apaixonado pelo esporte. Então onde está a problemática do nosso mais querido esporte? A celeuma encontra-se emperrada nas desastrosas gestões que capitanearam o Maranhão a esse estado acéfalo que atualmente se encontra.
Voltemos a tempos vindouros. Na década de 1990, o futebol maranhense esboçou uma “ressurreição” e os dois maiores clubes do estado foram protagonistas do futebol brasileiro. O Moto Club, em 1996, alcançou a 6ª colocação no Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão. Foi uma campanha empolgante, onde o Castelão foi palco de partidas memoráveis e o público se deleitava com embates épicos que fizeram daquele ano um marco no futebol maranhense. Assim descreve esse mero cidadão que vos escreve. José Raimundo Rodrigues, esse era o causador do renascimento da Fênix, ele foi o responsável por montar uma bela equipe e apresentar Kléber Pereira para o público local e nacional, e fez do Moto Clube um dos grandes times daquele ano.
Aqui neste ensaio, queremos nos ater apenas às melhores campanhas dos nossos dois maiores times. Nesse contexto, o Sampaio Corrêa teve o seu grande momento em 1997, quando foi Campeão Brasileiro da 3ª Divisão. Outro mágico time. Outros bons épicos momentos que ficaram marcados na lembrança dos maranhenses. O Sampaio Corrêa foi gigante e levou uma legião de “bolivianos” e “não bolivianos” ao Castelão. Aliás, o Castelão era o grande “Coliseu” de todos esses “duelos”. O Maranhão cobriu-se de orgulho com a grande conquista daqueles grandes jogadores que conquistaram o Brasil.
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Esses momentos se perderam no tempo. Mas, não deixaram órfã a memória daqueles que puderam acompanhar esses últimos suspiros de felicidade do futebol maranhense. Para finar esse ensaio e para mostrar o quanto é nostálgico esse tempo. Em 1998, o Sampaio Corrêa participou da Copa Conmenbol, um torneio internacional que tinha em sua estirpe os melhores clubes da América Latina. Momento grandioso para o Sampaio Corrêa, não foi conquistar o terceiro lugar desse torneio, mas sim protagonizar junto ao Santos, o jogo recorde de público do futebol maranhense, mais de 90 mil pessoas deleitaram-se com uma grande vitória da “Bolívia Querida”, no Castelão.
Esse momento é para ficar registrado na história maranhense. No dia anterior o Brasil enfrentou a Iugoslávia, no mesmo Castelão, e o público foi muito menor, cerca de 70mil pessoas. Podemos bradar aos quatro cantos que o Sampaio Corrêa colocou mais gente em um estádio de futebol que a própria Seleção Brasileira.
O que aconteceu posteriormente ao futebol maranhense só os gestores que estiveram à frente da nossa maior paixão podem explicar. Ou tentar ludibriar com afirmações tão verdadeiras que só irão encontrar embasamento nas prosas eloquentes das mais fictícias obras literárias, que o homem furta-se em escrever.
Nielsen Furtado é jornalista e comentarista oficial de Futebol de ANB Online.
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