sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

 
Coluna do Fernando Atallaia: Política, Cultura e Realidade em São José de Ribamar  

 
Por Fernando Atallaia
Editor de ANB Online

 

Ribamarenses reclamam da falta de banheiros públicos em praças da cidade

Para quem conhece o inevitável ‘’aperto’’ fisiológico proporcionado pela privação da urina, a situação nas praças do município é algo a se considerar. No bairro Centro, onde há diariamente grande concentração de pessoas e a constante presença de turistas, a ausência de banheiros públicos vem incomodando os ribamarenses e transeuntes que por ali passam.

O vendedor externo Clodoaldo Silva, assíduo frequentador da Praia de Banho, explica a triste realidade. ’’ Gosto de frequentar a Praia e as missas da Igreja, mas a gente não tem uma estrutura digna nem para mijar, eu acho que o prefeito podia mandar colocar banheiros públicos nas praças e pela Orla, até mesmo para que os turistas que frequentam a nossa cidade aqui no Centro sejam tratados com respeito, é feio demais não ter banheiro na hora do aperto’’, diz o vendedor.

Vereador Teté ganha apoio do senador José Sarney  

O vereador recém-eleito Teté(PV) não para. Buscando de forma incansável apoio ao seu mandato para melhor representar a população ribamarense, Teté viaja a Brasília com frequência no afã de aglutinar adesões ao seu projeto político no município. E ao que parece, vem tendo êxito em suas investidas.
Teté com José Sarney: ex-presidente da república apoia o vereador de São José de Ribamar no município
 
Desta vez, o vereador do Partido Verde recebeu o apoio inconteste do ex-presidente da república e senador José Sarney, que vê em Teté um grande nome da nova safra dos políticos maranhenses. Sarney recebeu o vereador com entusiasmo nas dependências do Senado Federal e prometeu apoiá-lo no decorrer do seu mandato. A foto ao meio exemplifica a parceria entre ambos.


População ribamarense espera de novos vereadores postura diferenciada

Os novos vereadores que comporão a Câmara Municipal já a partir do próximo mês, terão pela frente grandes desafios e novas obrigações. Dentre as quais, destoar da postura dos antigos legisladores que se voltam ao diálogo inerte, parcial e inoperante com o Executivo.

Grande parte da população do município acredita que os vereadores de primeiro mandato se destacarão entre os demais. ‘’ Eu acho que eles serão melhores, mais imparciais, isentos e sérios na busca de soluções, eu e o meu bairro acreditamos muito neles’’, afirma a professora Laurinha, residente no bairro Vila J. Lima.
Projeto  Sonho de Aline é referencia em ações sociais
O projeto Sonha de Aline coordenado pela freira franciscana Mazé Bussemeiier é uma das referencias em ações sociais na cidade balneária. Com medidas que visam o combate a prostituição infantil de meninas ribamarenses e ainda a inserção social através de promoções de cursos, oficinas e práticas esportivas para crianças e adolescentes, o Sonho de Aline desenvolveu inúmeras atividades na região do bairro Panaquatira por anos.
A jovem ativista Aline Cutrim: divulgando o Projeto
 
Entusiasta e divulgadora do projeto, a ativista Aline Cutrim nos fala mais sobre a iniciativa. ‘’ É um projeto social sério e muito respeitado, que contempla crianças e adolescentes e que trabalha no sentido de tirar pessoas da linha extrema de pobreza lhes dando dignidade, eu já participei do Projeto e ainda continuo a divulgá-lo, é algo bem especial para mim porque tem foco em nossa cidade’’, reconhece Aline.
Falta de água atinge comunidade do Tijupá Queimado
Os moradores do bairro Tijupá Queimado estão sem água. O poço que abastece as residências do bairro não tem sido suficiente para suprir as necessidades dos moradores da comunidade vizinha Vila Sarney Filho e ainda da localidade.
Prejudicados cotidianamente, os ribamarenses que moram no Tijupá não sabem a quem recorrer e pedem a intervenção do Executivo junto à Caema para solucionar o problema. Nos últimos dias alguns moradores tentaram contatar a Secretaria de Infraestrutura do município, mas não foram atendidos. ‘’ Ligamos sem parar e não fomos atendidos’’, afirma a dona de casa Maria do Rosário, moradora histórica do bairro.




Falta de água atinge comunidade do Tijupá Queimado II
O bairro Tijupá Queimado-um dos mais antigos de São José de Ribamar- necessita há décadas de um poço que venha atender a demanda da comunidade. O ínfimo abastecimento hoje feito no bairro é proveniente do Maiobão(Paço do Lumiar) e de poços que abastecem os bairros vizinhos.
 
Como se não bastassem a precariedade da prestação de serviços em áreas como Transporte, Limpeza Pública e Infraestrutura (onde o Tijupá ainda detém um número considerável de ruas esburacadas em forma de crateras) a falta de água parece abalar sem precedentes os moradores do local. As casas mais prejudicadas e aonde a água não chega estão situadas nas ruas Nossa Senhora das Graças, Ruas Nova I e II e Rua Principal.  
2012 termina com muitas cobranças na cidade balneária
O ano de 2012 foi implacável tanto para População quanto para o Governo. Setores sociais das mais diversas áreas da gestão pública foram a campo reivindicar direitos e maior reconhecimento por parte da atual administração.
Nos bairros e localidades ribamarenses o sentimento de projeção e confiança em relação ao prefeito reeleito Gil Cutrim se confrontou com a desesperança de quem teve de presenciar a queda do FPM e suas inevitáveis consequências.
O secretário de Planejamento da prefeitura municipal, Rodrigo Valente: ele foi o responsável pela contenção da crise na cidade
O clima de desolação (agora superado) acabou por gerar uma enxovalhada de cobranças e insatisfações que por pouco não se generalizou. O Governo soube reverter o quadro e os ribamarenses sinalizaram com créditos de novas expectativas para o próximo quadriênio.
 
Por mais que realidade do município hoje pareça estável em relação ao diálogo Governo/População as aspirações, promessas e cumprimento de acordos ainda perduram e permanecem. 2012 fecha, certamente com pautas e debates já previstos para o início de 2013.
Gil Cutrim ratifica compromisso de trabalho para os próximos quatro anos
O prefeito Gil Cutrim(PMDB) e seu vice Eudes Sampaio( PT do B) estão animados com a vitória e a continuidade do seu projeto político na cidade. Recentemente, Cutrim ratificou o compromisso de trabalhar duro pelo município pelos próximos anos e foi enfático. ‘’ A ordem agora é arregaçar as mangas’’, disse o prefeito.
Gil Cutrim com assistentes: a ordem agora é arregaçar as mangas
Ao lado de Sampaio, um dos remanescentes do Governo Luís Fernando Silva, Gil Cutrim terá todas as possibilidades de realizar um grande trabalho no município unindo a sua jovialidade à experiência do ex-secretário da receita. É o que querem os ribamarenses!
Escola de música de Ribamar padece com falta de estrutura para funcionamento
Denúncia enviada a ANB Online dá conta de que a Escola de Música de São José de Ribamar estaria confinada ao abandono. Segundo uma fonte, que preferiu não ser identificada, a Escola não goza de condições básicas para funcionamento. ‘’ Não temos água e nem condições mínimas para funcionar’’, disse a fonte.
Escola de Música de São José de Ribamar: sem água?
A coluna tentou contatar a direção da Escola para checar a veracidade da denúncia e obter mais esclarecimentos sobre a realidade do centro de ensino, mas não obteve êxito. A secretaria de cultura do município- pasta que responde pela escola de música- foi igualmente contatada, mas não atendeu as ligações telefônicas efetuadas. Novas reclamações continuam a chegar a todo o momento.
Oposição silencia, mas promete voltar em 2013
A oposição ribamarense parece ter dado uma debandada nas últimas semanas. Sem pauta para os debates, os representantes da ala oposicionista optaram pelo ''cessar fogo'' pelo menos temporariamente, é o que afirmam oposicionistas de carteirinha ligados a partidos de esquerda com diretórios no município.
Arnaldo Colaço: ele pretende voltar em 2013 sendo o número 1 da oposição do município
Hoje representada por duas frentes de atuação, a oposição em São José de Ribamar segue rumos controversos e emblemáticos. De um lado o socialista Arnaldo Colaço propõe um posicionamento mais sistemático e constante voltado para as questões sociais referentes à cidade. Do outro, o ex-candidato a prefeito pelo PC do B, Júlio Filho trabalha no sentido de manter o grupo político formado por seu pai há anos. Ambos pretendem bater o candidato do Governo nas próximas eleições, mas para tanto ainda precisam buscar mais consistência e coerência dentro do discurso politico.
Fontes ligadas aos membros da oposição informam que 2013 será um ano de intensa atividade oposicionista com lançamento de jornal e informativos de esquerda e até organização de grandes eventos voltados para a realidade da cidade balneária. Agora é vê para crer!
Secretariado governista teme por dispensa e exoneração
Os atuais secretários de governo da administração Gil Cutrim, segundo uma fonte ligada à prefeitura, estão em total faniquito e amargando insônias. Desde que o prefeito alcançou a reeleição, as ventilações e sondagens em torno de novos nomes para compor o secretariado da Gestão vem sendo feitas com mais frequência.
Carla Veras, secretária de Educação( a primeira à esquerda): exoneração à vista  
Pastas como Educação, Saúde, Meio Ambiente, Turismo e Cultura podem ter seus titulares substituídos a qualquer instante. Objetivando imprimir mais dinamismo às ações do Governo Municipal, o Executivo já corrobora em torno da alternância dos cargos. Seguindo o exemplo dos gestores modernos, Gil Cutrim enxerga fundamentação  no modelo da presidenta Dilma e do Governo Roseana, que à época da composição de seus quadros optaram por especialistas remetendo as indicações políticas ao ostracismo.  
São José de Ribamar é destaque nas mídias sociais
A cidade balneária assistiu este ano ao crescimento de sua visibilidade junto às mídias sociais alternativas, especialmente Blogues e Facebook. E vem crescendo a cada dia no quesito informação e jornalismo. Duas razões explicam o fenômeno. O leitor ribamarense anda atento aos eventos sociopolíticos e aos acontecimentos da cidade e o Governo Municipal entende que muito de sua força reside no poder da comunicação.
2012 assistiu também ao nascimento de novos meios de comunicação locais a exemplo do blog Ribamarnet, que vem liderando a audiência no seguimento do Entretenimento e Lazer. Hoje com um público de leitores consolidado em todo município e além-fronteiras São José de Ribamar é uma das cidades que mais preza pelo aparelhamento midiático em todo estado.
Cresce o número de ribamarenses preocupados com a realidade do município
Reclamações, denúncias, sugestões de pauta, insinuações, comentários e até mesmo pensamentos, poesias sobre São José de Ribamar que chegam diariamente à Central de Atendimento da Agência de Notícias Baluarte não deixam dúvidas de que o ribamarense está de fato preocupado com o futuro do município e engajado a ideia de desenvolvimento e progresso da cidade balneária.
Servindo como termômetro e mediação entre Governo Municipal e População o Blog do escritório vem cumprindo a delicada e sutil missão- de além de fornecer e veicular o noticiário local- manter equilibrada a relação entre Poder e Comunidade. Uma característica da linha jornalística desenvolvida e realizada por ANB Online no município, que ovaciona a independência e se faz ouvir pela isenção no contexto da comunicação maranhense. Por hoje é só. Tenham uma ótima virada de Ano Novo e que Deus nos abençoe a todos!
 
 






O risco de se tornar um sem-noção
 

Marta Barcellos 




Nove de outubro de 2012: "Ipanema é nossa", gritaram os banhistas quando guardas municipais foram repreendê-los por jogar bola em horário proibido naquela faixa de areia. Era terça-feira e a praia estava cheia. A mesma frase, alguns meses antes, estava por trás de um movimento de moradores que tentavam retirar do projeto do metrô uma estação prevista para o coração do bairro, na praça Nossa Senhora da Paz. Na Ipanema deles, a estação seria um incômodo desnecessário.

De quem é Ipanema, afinal? Nunca morei, mas tive um escritório lá. Se não fosse por um episódio no início da minha temporada ipanemense, talvez eu tivesse incorrido no erro de me sentir coproprietária do bairro - um sentimento comum a moradores engajados, um equívoco que tem lá seus aspectos positivos se gerar uma postura participativa e cidadã. Em bairros de classe alta, porém, o pronome possessivo antes de "rua", "praça", "bairro" tem seus perigos: pode revelar uma elite encastelada e sem noção da realidade, mesmo numa cidade como o Rio, conhecida pela proximidade física entre ricos e pobres, "asfalto" e favela. 

Estamos falando de Brasil também. De São Paulo (qualquer semelhança entre Ipanema e Higienópolis não é mera coincidência). O risco de se tornar um "sem-noção" espreita como um todo a elite que não elabora sobre a sua condição, a elite econômica não intelectualizada que caracteriza o nosso país. 

Mas não estou aqui para me colocar em posição de exceção ou superioridade intelectual. Como confessava antes, eu mesma, distraída, poderia ter chegado a bradar pela "minha Ipanema" em alguma situação de estresse ("essa vaga é minha!", já gritei em um estacionamento de shopping, às vésperas do Natal). Na vida confortável que levo, só não corro risco de me tornar uma "sem-noção" porque fui criada em um ambiente politizado, que separava "conscientes" de "alienados" - desprezíveis seres desinformados que na prática seriam cúmplices da ditadura militar. 

Com o fim das ideologias, acredito que meu risco continua baixo graças ao exercício da alteridade que acompanha todo escritor, essa mania-curiosidade de imaginar como seria ser outro, ser diferente, se deixar atravessar pela descoberta do senhor carrancudo escondido pelo vidro fumê do Mercedes choferado, ou da mocinha escondida no uniforme de faxineira no banheiro público. 

Mas isso é outra história, outra coluna. O objetivo desta é contar sobre as vezes em que me flagrei quase sem noção da realidade, e fiquei em pânico diante da possibilidade de estar me tornando uma odiosa "alienada". 

Em relação à Ipanema, a ficha caiu lá pelas 11h do dia 24 de outubro de 2007. Cinco anos antes do "Ipanema é nossa" ouvido recentemente na praia carioca. Como chovera a noite toda, previ o trânsito caótico na cidade e resolvi ir a pé para o trabalho, de galochas. No caminho, no entanto, além de poças, havia algo estranho, muito estranho, nas ruas da Zona Sul. Nada. Ninguém. Em pleno dia útil, o comércio não abria suas portas. Um ou outro funcionário, desolado, esperava junto às portas de ferro cerradas. Em vão. O gerente, ou o vendedor com a chave, não havia chegado. E não chegaria, no dia em que zonas sul e norte da cidade foram isoladas por uma chuva forte de madrugada.

Atingido por um deslizamento, o túnel Rebouças, emblemática ligação entre a região nobre e o "resto" da cidade, estava interditado, e as vias alternativas rapidamente entraram em colapso por causa do trânsito ou dos alagamentos. Sem os empregados que abrem as portas das butiques famosas, dos restaurantes estrelados, dos cafés charmosos, dos consultórios renomados, dos cabeleireiros chiques..., não havia Ipanema. Se, naquele dia, o sol permitisse um banho de mar, os moradores sem noção poderiam jogar bola na praia, mas não encontrariam água de coco para comprar, ou cadeiras e barracas para alugar. E pensar que coco, cadeiras e barracas foram as "armas" utilizadas pelos banhistas para expulsar os guardas municipais, chamados no vídeo de "bando de fodidos"...

A partir daquele dia, fui perseguida por uma espécie de obsessão: tentar calcular quanto por cento do burburinho de Ipanema, do vai-vem nas calçadas, era efeito da multidão de prestadores de serviços que moram "além túnel". Não cheguei a um número, óbvio, mas tive certeza de que Ipanema não pertencia à meia dúzia dos que dormem por lá. Quando soube do movimento contra a estação de metrô na Praça Nossa Senhora de Paz, fiquei indignada: os empregados de Ipanema deveriam ser consultados, não apenas os moradores! 

Agora vou contar sobre outro dia em que, envergonhada, percebi outra ficha caindo. Nos últimos anos tenho me dedicado a escrever pequenas biografias de pessoas admiráveis, em geral com idade suficiente para ganhar tal status (não, eu não acho que Justin Bieber mereça uma segunda biografia). Pois é comum que esses entrevistados me contem sobre o maravilhoso ensino recebido em escolas públicas, no remoto tempo em que as escolas públicas eram maravilhosas. E foi assim que eu, atenta aos problemas educacionais do país e orgulhosa filha de professor, fui assimilando a ideia de que a luta hoje neste campo é por algo que já existiu no passado.

Até que, numa tarde preguiçosa de domingo, folheando uma revista semanal, me detive na entrevista de um economista que falava sobre educação. Samuel Pessoa, chefe do Centro de Crescimento Econômico da Fundação Getúlio Vargas, entre outros dados citava um número que surtiu em mim o efeito de uma bomba: nos anos 1950, 70% das crianças entre 7 e 14 anos estavam fora da escola.

Então era isso. A maravilhosa escola pública na qual pessoas brilhantes estudaram só era maravilhosa porque atendia apenas a uma minoria, a pequena classe média da época. E nesses anos todos eu não havia feito qualquer questionamento ao saudosismo em torno da escola pública de antigamente. 

No momento em que aquela ficha caiu, uma outra, presa em um vespeiro, começou a se movimentar na minha consciência não alienada. Não estaríamos todos deixando de ver algo na atual discussão em torno das cotas na universidade pública? Pois é. Quando essa ficha cair de vez, juro que conto aqui.






Marta Barcellos é escritora e colabora para o blog Digestivo Cultural.

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