sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Coluna do Fernando Atallaia

Por Fernando Atallaia
Editor da Agência Baluarte
atallaia.baluarte@hotmail.com

O novo governo e o velho conceito para a Cultura do Maranhão

O Maranhão é um estado onde a Cultura é definitivamente indissociável da forma com a qual os governantes a viram nas últimas décadas. Aqui quando se lança mão do termo há uma conexão direta com o Folclore ou a chamada ‘cultura popular’. Essa associação sempre serviu aos currais eleitorais e às intenções ‘políticas’, de forma que é impossível não tratar do assunto sem que se evoquem as pretensões que nos emperraram diante dos demais estados brasileiros.

A grande maioria de nossos Secretários de Cultura até hoje obedeceu à lógica do ‘pão e circo’ ou das festividades datadas (Festejos Juninos e Carnaval) para definir ou mesmo classificar o nosso conceito de Cultura. Em obediência, é claro, às orientações de seus governadores. O Maranhão que tem uma das mais vastas bibliografias; uma tradição literária rica, fecunda e promitente; uma vocação para os Movimentos Culturais de Juventude e a contínua celebração de artistas em torno de Festivais de Música caiu no limbo do obscurantismo por anos a fio. Em contrapartida, hoje nosso estado anuncia uma sólida, consistente e nova conjuntura.

Para falar na Arte produzida por estas plagas nos dias atuais, por exemplo, devemos nos remontar, necessariamente, ao amplo caldeirão de manifestações culturais que nos batem à porta. E aí se incluem os artistas e agentes das mais variadas formas do Fazer Cultural. Só em São Luís, para se ter ideia, é preponderante e notável a presença de uma gama de artistas que nos apresentam grande diversidade. O Maranhão de hoje não é somente o estado do Bumba-Meu-Boi e do Tambor de Crioula. Temos grupos de Samba, bandas de Reggae, Rock, conjuntos de Jazz, Blues, Instrumental, Música Erudita e Clássica; uma cena consolidada da Poesia em todos os cantos e bairros da capital, sem falar nos municípios maranhenses que, a seu modo, também apresentam suas ‘armas’.
O governador Flávio Dino(foto) terá que nomear um Secretário de Cultura que entenda do Setor em sua diversidade e que não conceba a Cultura do Estado somente como Tambor de Crioula e Bumba-Meu-Boi 
Mas apesar da realidade citada acima, ainda não despertamos para a riqueza de nossa portentosa tradição. Ainda ovacionamos os artistas de outros estados em detrimento dos nossos; valorizamos as peças teatrais do eixo Rio-São Paulo em detrimento de nosso Teatro e, por incrível que pareça, legitimamos todo investimento (patrocínio e atenção) na Cultura de nossos vizinhos com a escancarada aprovação de nossos gestores. Sempre foi de conhecimento de todos que a SECMA e a Func, órgãos públicos responsáveis por nossa gestão no Setor nunca mediram esforços para fazer às vezes de bons hospedeiros a artistas de outros estados em detrimento dos nossos. 

Essa inversão precisa acabar. Estamos às vésperas e prestes a iniciar um novo Governo que prega a mudança estrutural em todas as áreas da Gestão Pública. Temos problemas igualmente estruturais em nossa Área. O artista/agente cultural do Maranhão está no fundo do poço. Não recebe apoio para viabilidade de sua Obra. Por falta de meios e investimentos permanentes, não trabalha conjuntamente com outros profissionais afins na propagação e difusão dos valores culturais. Nosso banco de dados e nosso Patrimônio Cultural Material e Imaterial estão abandonados à própria sorte. Nossa identidade cultural vulnerável, fragmentada, confinada ao quase desaparecimento.

Em breve, será anunciado o Secretário de Cultura para os próximos quatro anos. Ele terá a obrigação de entender e compreender profundamente todas as nuances, reivindicações, peculiaridades, demandas e lutas de nossos artistas em suas formas de trabalho e expressão. Terá também que organogramar um sólido programa e plano de ação para banir de vez os conceitos delimitativos que beneficiam somente a uma, duas formas de fazer Cultura. Terá que entender, por obrigação da função, sobre as questões e problemas culturais que se arrolam às nossas Artes Plásticas, Escultura, Cinema, Arquitetura, Artesanato, Literatura e Crítica Literária. Apresentar somente a Programação Junina e os Carnavais é uma prova de que nada mudou e de que o próximo governo poderá repetir o antecessor.  


Não é por aí. 

25 comentários:

  1. Esse Maranhão ficou pra tras caríssimo, agora e a vez de todos. Parabéns pelo artigo.. gostei
    Patricia

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  2. Ele vai botar OLGA SIMAO BRANDAO GODAO OU OUTRO AO KKKKKK SEIS POR MEIA DUZIA KKKKKKKKKKK COMO EU LI NAQUELA MATERIA QUE TU ESCREVEU KKKKKKK ANA PAULA

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  3. Gostei do texto, é isso mesmo Fernando.

    Cassia CACEM

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  4. Os músicos do maranhão sempre foram abandonados, e uma tristeza muito grande e a falta de responsabilidade desses secretarios que so olham pro proprio bolso fazendo o que bem quer....
    Natinho

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  5. Verdade, verdadeira. Genilson, o amigo dos amigos

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  6. CONCORDO EM NUMERO , GÊNERO E GRAU. CHEGA DESSA CULTURA DO PÃO E CIRCO DA OLIGARQUIA. BASTA..# FLAVIENE ALENCAR- OBSERVATÓRIO-UFMA

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  7. Valorizar a cultura em todo Estado.Isso é fazer acontecer a cultura regional.

    Randolfo Oliveira

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  8. Vai continuar no PAO E CIRCO as velhas praticas do curral onde sao joao e carnaval eles usam pra explorar e ganhar voto do artista popular por isso nao fazem nada pelos outros artistass- FORA FLAVIO DINO , RENATO DIONISOOOOO NUNCAAAAAAAAAAAAA
    Amelia Nojosa de Imperatriz

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  9. Esses que já passaram nenhum entendem do assunto, disso você póde ter certeza meu querido, foram um monte de incompetentes e colocados so por indicação politica, assim e o maranhão aff
    Alexandra cantora

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  10. Melhor que seja Antônio Francisco Sales Padilha, esse trabalhou bem quando teve sua oportunidade.

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  11. Joaozinho não teve nem tempo pq o Jackson foi cassado
    Graziela

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  12. GODAO, BULCAO, BRANDAO, INACIO ESSE PADILHA E OLGA SMAO CLAUDIO PINHEIRO AFUNDARAM A CULTURA DO MARANA=HAO FORAM SECRETARIOS DA OLIGARQUIA PRA ESSA GENTE EU DIGO NAOOO!!!!!!!!!!!! ROSA DO CORAL

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  13. PARABÉNS, GOSTEI DEMAIS, ERA BOM SE OS UNIVERSITÁRIOS/EMPRESÁRIOS/PROFESSORES/ E MUITOS MÚSICOS PUDESSEM
    LER E SE CONSCIENTIZAR DA REALIDADE QUE É A CULTURA MARANHENSE...OUTRA MUITOS ARTISTAS VÃO PRA FORA E NÃO -
    CONSEGUEM NADA E VOLTAM, TUDO PORQUE AS PESSOAS TAMBÉM, COMO OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E OUTROS TAMBÉM
    SÃO CULPADOS DE NÃO DAREM ATENÇÃO A UMA COISA QUE EM FORTALEZA/PERNAMBUCO/BAHIA E OUTROS LUGARES AS
    PESSOAS PRIMAM PARA APOIAR E FAZER PARCERIAS EM CONTRA PARTIDAS QUE DÃO LUCRO E DIVISAS PARA SUAS CAPITAIS.
    É UMA QUESTÃO DE BOM SENSO E SABEDORIA. BY VALDO MILLER. TEMOS QUE MANIFESTAR JUNTO AO NOVO GOVERNO UM NOVO TEATRO PARA 1.500 LUGARES, MAIS TEATROS EM ALGUMAS CIDADES PARA TIRAR OS JOVENS DA OCIOSIDADE, DAS DROGAS....DEBATES NAS REDES DE TELEVISÃO COM A PRESENÇA DOS ARTISTAS, E O TRABALHO TER MAIS CREDIBILIDADE, MUITA
    GENTE NÃO CONHECE SEUS ARTISTAS, NÃO OUVE SEUS ARTISTAS E COMO PODE APLAUDIR, COMPRAR OS DISCOS E OUTRAS COISAS SE NÃO CONHECE A VIDA ARTISTICA E O TRABALHO DO ARTISTA...TEMOS SIM QUE SE UNIR E VER ESSAS IDÉIAS SEREM
    CUMPRIDAS, VEJO MUITAS FALACIAS, UM GRUPO É BENEFICIADO, MAIS A MAIORIA NÃO, POR QUE SERÁ? VALDO COELHO, CANTOR E COMPOSITOR, PODEM ME ADD NO FACE ABRAÇOSS AMIGOS

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  14. A riqueza cultural de Ribamar é imensa, eu mesmo já participei de dezenas quadrilhas no bairro de São Benedito, Bumba meu Boi da Maioba,do Axixá, alem das crenças religiosas que os mais antigos contavam.
    Acho que os novos Ribamarenses não tem acessos a essa informação ( que pena ).
    Historias de Milagres do nosso Santo Padroeiro, se é lenda não sei, porem sempre acreditei.

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  15. Dois eixos principais norteiam uma discussão sobre política cultural no Maranhão : o primeiro é a conscientização de que uma política cultural de Estado tem que ser abrangente tal qual o conceito de cultura, isto implica considerar a cultura em todas suas dimensões , incluindo aspectos pedagógicos e suas interrelações com a educação, com o patrimônio material e imaterial . Faz -se necessário também o entendimento de cultura como bem simbólico público e fator de desenvolvimento humano, social e econômico. Outra questão tão preciosa quanto à primeira, trata-se da descentralização necessária e o fomento das cadeias produtivas nas mais variadas regiões do Estado . Acima de tudo com a racionalização dos recursos do setor que devemos esperar no próximo governo , frente aos desmandos e desmante-los da máquina pública será sem dúvidas um setor a necessitar de experiência e os pré- requisitos acima para enfrentar os desafios. A secretaria cultura ,acima de tudo ,precisa tomar ares republicanos e não mais ser a reprodução da política de apadrinhamento oligárquico de artistas e produtores culturais...

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  16. Esse texto pobre é altamente discriminatório em relação às manifestações da cultura popular, carros-chefes do movimento cultura maranhense. Se voê não aprecia, coloque seu rabinho entre as pernas e fique na sua. E obviamente existe diferença, sim, e muita, entre cultura popular e folclore. A política cultural que vem dos bastidor3es da SECMA não desconsidera manifestações, mas privilegia grupos, muitos poucos por cima. E, entre os que ficam de fora, estão os grupos de bumba-boi, rock, tambro de crioula, cacuriá, alternativosd, blocos, escolas de samba, jazz, reggae, festivais, produções literárias. Tudo aqui é sempre mais difícil. Agora, ente os favorecidos, estão represe4ntantes de todas essas categorias, que sempre ficam com a fatia maior do bolo. E você não quer que haja investimento no Sãop João e no carnaval?: Vão investir em quê? Na sua preciosa coluna? rsrs Portanto, atualize-se antes de postar tamanha cretinice.

    William.

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  17. Já que vocês reclamam tanto que existe "pão e circo", apresentem sugestões concretas. Somente vomitar reclamações não adianta. Quais as soluções?

    William.

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  18. A Cultura com certreza é um conceito amplo e nao pode ser dterminada somente pelo folclore como afirma o jornalista- tem razao. Parabens, execelente texto. Rosalvo Rodrrigues- Barra da tijuca-Rio.

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  19. Atalaia , esse william ai e babão datrilogia do ÃO meu cumpade, o cara deve beber no peito da vaca leitireira, godao OLGA simao bulcaooo ahhhhhhh ia esquecendooo brandaooo e isso ai babA culhao do atraso culturallll
    Jeferson Castroo acorda flavio dinoooooo

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  20. Atalaia , esse william ai e babão datrilogia do ÃO meu cumpade, o cara deve beber no peito da vaca leitireira, godao OLGA simao bulcaooo ahhhhhhh ia esquecendooo brandaooo e isso ai babA culhao do atraso culturallll
    Jeferson Castroo acorda flavio dinoooooo

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  21. Ótima visão, a cultura em sua vastidão, temos que ter um secretario que entenda de todos os segmentos é o correto. Parabéns pelo excelente texto.
    Márcio Travincas músico

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  22. Não se pode fortalecer somente uma parte da cultura e deixar as outras de fora, o inesvtimento tem que ser igual pra todos. Parabéns, gostei e defendo muito essa ideia meu irmão aqui na EMEM , PROFESSOR RIVALDO DE VIOLINO.

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  23. Precisamos valorizar todas as artes e nao so uma. Concordo com o nobre jornalista.

    Natanilson Lima

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  24. O NOME CULTURA JA DIZ\ TUDO É POVO E TUDO QUE O POVO FAZ E O POVO FAZ MUITA COISA MUITA ARTE PARABENS DOTOR
    JOAO ANTONIO AQUI DI BARRERINHAS

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  25. A Cultura do Maranhao é muito rica mas nunca foi valorizada em sua real dimensao..
    Patricia Gomes- Letras UEMA

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