sábado, 4 de janeiro de 2014
Por Alberto Dines
Sobre artigo publicado originalmente no Correio Popular (Campinas, SP) e Gazeta do Povo(Curitiba, PR), 4/1/2014; intertítulos do OI
As libações – ou o relax – da véspera abafaram a repercussão entre nós do corajoso editorial do jornalThe New York Times de quinta-feira (2/1, ver aqui), no qual pede clemência ao governo Obama para Edward Snowden, o denunciador do gigantesco sistema de espionagem ilegal operado pela NSA. Em jogada ensaiada, o britânico The Guardian saiu no mesmo dia na mesma direção.
No momento em que profetas e lobistas garantem o fim dos jornais impressos e sua substituição por algo assemelhado às redes sociais, dois dos dez mais respeitados diários do mundo levantam-se para protestar contra uma flagrante injustiça e o cruel desterro imposto ao espião consciencioso e arrependido.
Sem recorrer à exaltação nem à indignação, mostraram que Snowden cometeu infrações enquanto prestador de serviços ao governo, porém ao mesmo tempo revelou a milhões de cidadãos americanos – o país inteiro – como suas comunicações pessoais são monitoradas, devassadas e suas privacidades profanadas.
Os dois times de editorialistas recusaram a retórica, o objetivo era apelar para o bom senso – anglo-saxões costumam ser ponderados. Poderiam ter lembrado que o absurdo “justiçamento” de Snowden ocorre 114 anos depois da publicação da mais curta e mais famosa manchete de todos os tempos – “J’Accuse”, Eu Acuso – tirada de um panfleto do romancista Émile Zola em que denuncia o complô do exército e governo franceses para incriminar como traidor o capitão Alfred Dreyfus. A histórica denúncia foi publicada no L’Aurore, de Paris, em 13 de janeiro de 1898; os editoriais em favor de Snowden saíram em 2 de janeiro.
Calor e frio
Quando descobriu a formidável intrusão na vida dos americanos, Snowden tomou a iniciativa de alertar dois de seus superiores. Nada fizeram. O direito à privacidade de milhões de americanos estava sendo flagrantemente violado, a única defesa seria apelar ao direito à informação: fazer a denúncia através da imprensa mundial. Recorreu ao Guardian e ao Washington Post, os ingleses levaram a melhor. A bomba repercutiu nos quatro cantos do globo – inclusive no Brasil – convertendo a NSA no inimigo público nº1.
Embora desapaixonado, o editorial do New York Times é arrasador. Acusa frontalmente a NSA de exceder deliberadamente todos os limites impostos pela legislação e violar os sistemas básicos de criptografia da internet. Acusa o diretor dos serviços de espionagem James Clapper de mentir ao Congresso. E confronta a histeria da legião de acusadores de Snowden que não conseguiram incriminá-lo como responsável pela suposta vulnerabilidade da vigilância antiterrorista: a maioria dos programas de vigilância delatados funcionariam com a mesma eficácia se tivessem sua abrangência reduzida e fossem submetidos a uma severa supervisão externa.
É possível que a esta altura os assessores do presidente Barack Obama já tenham começado a preparar as alternativas para interromper a cruzada difamatória contra Snowden e permitir sua volta para casa a fim enfrentar um tribunal justo e imparcial.
O ano de 2014 começou auspiciosamente para os jornais impressos liberais, responsáveis. A mesma garra que tirou Dreyfus do tórrido desterro na Ilha do Diabo está pronta para tirar Snowden do gelado e perverso exílio em Moscou.
Em tempo
O jornalismo dos feriados impediu que jornalões & jornalecos mencionassem este editorial do NYTimes – estava na edição online desde quarta-feira (1/1). Mesmo assim, na sexta (3/1), apenas o Estado de S.Pauloo reproduziu na íntegra (ver aqui). Honra ao mérito.
Pena que o tradutor(a) tenha adulterado o tom simpático a Snowden usando a expressão do título “whistle-blower” (literalmente “apitador”, ou figuradamente “denunciador”) para dedo-duro.
Snowden jamais dedurou alguém. O que fez com uma bravura incomparável foi denunciar um perverso sistema de deduragem institucional.
Alberto Dines é jornalista e editor-chefe do portal Observatório da Imprensa.
Segurança coloca mais policiais nas ruas e prende três suspeitos
O Imparcial
Cúpula da Segurança do Maranhão resolveu aumentar o efetivo das polícias civil e militar em resposta a ataques desta sexta, quando seis ônibus foram queimados, um policial morto e cinco pessoas feridas - todas internadas com queimaduras.
Segundo SSP, três suspeitos de participar dos ataques a ônibus foram presos. Secretário de Segurança Aluisio Mendes informou que série operações contra facções será desencadeada a partir deste sábado, com efetivo reforçado nas ruas. As medidas foram discutidas durante reunião realizada no gabinete do secretário, com a presença da cúpula das Polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros.
“As ações que estão sendo deflagradas são uma estratégia de estabilização dessa situação que houve na noite de ontem [sexta-feira]. Temos informações comprovadas do Setor de Inteligência Policial de que esses ataques são uma resposta ao sistema de moralização e de retomada da disciplina do Sistema Penitenciário, determinado pela governadora Roseana Sarney. É uma ação que vai continuar ocorrendo, para que não haja mais mortes nas unidades prisionais do estado”, declarou Aluisio Mendes.
Reunião da cúpula da Secretaria de Segurança: procedimento cada vez mais frequente |
Segundo Aluisio, essas os ataques são uma tentativa de reação às medidas adotadas pelo Governo Estadual por meio da Polícia Militar. Nos últimos dias, a PM tomou as unidades prisionais para evitar mais mortes, problema que ganhou repercussão nacional.
Plantões
A Polícia Civil ampliará suas equipes nos quatro plantões da capital, bem como da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic). O Serviço de Inteligência, com apoio de homens do Batalhão de Choque, de todas as unidades e de duas aeronaves do Grupo Tático Aéreo (GTA), desenvolverá ações e operações de modo a ocupar toda a grande São Luís.
Além das medidas de aumento no efetivo, deflagração de operações simultâneas em pontos estratégicos, equipes do Corpo de Bombeiros também estarão espalhadas em vários pontos de São Luís com uma ação de prevenção a novos episódios que ocorram. “Todo o sistema de segurança está mobilizado de uma forma mais intensa e presente para coibir estes crimes,” afirmou o secretário.
Preços de voos na Copa variam até 176%
INGRID FAGUNDEZ
FOLHA DE SÃO PAULO
O preço das passagens aéreas para os principais jogos da Copa do Mundo pode variar até 176% de uma companhia para outra.
Ver o jogo entre Brasil e Camarões, em Brasília, no dia 23 de junho, pode custar R$ 2.434,90 pela Azul ou R$ 879,10 pela TAM. Os dois voos partem do aeroporto de Guarulhos (SP).
A variação foi encontrada pela Folha em consulta feita nos dias 2 e 3 de janeiro nos sites de quatro empresas (TAM, Gol, Azul e Avianca).
Foram procurados voos de ida um dia antes dos jogos e os de volta, um dia depois. Todos são em horários semelhantes e saem dos mesmos aeroportos.
A diferença de valores aparece também nas decolagens a partir de Congonhas (SP). Para ver a seleção brasileira em Brasília, viajando pela Gol, o torcedor pagaria R$ 1.223,92, enquanto que pela TAM, a passagem sairia por R$ 661,12. No fim, a variação é de 85%.
Diferenças acima de 60% aparecem em voos para Porto Alegre (Austrália e Holanda em 18 de junho), Belo Horizonte (semifinal, em 8 de julho) e Natal (Itália e Uruguai em 24 de junho), levando em conta apenas as partidas mais concorridas.
A maior diferença, de 458%, foi encontrada para voos com horários semelhantes, mas com trajetos diferentes. Ambos começam no aeroporto de Congonhas.
Já com a Azul, ele pega um ônibus da empresa de Congonhas até Viracopos, em Campinas, de onde parte para BH.
Na primeira situação, a passagem custa R$ 1.920,94. Na segunda, o preço é R$ 343,92.
MALHA AÉREA
Os voos pesquisados integram a malha aérea atual, que deve ser modificada em 15 de janeiro, quando a Anac divulgar se aprova ou não as propostas enviadas pelas companhias.
A Anac pretende atender todos os pedidos, mas condiciona isso à capacidade dos aeroportos em atender a demanda.
O impacto que as mudanças terão nos preços das passagens compradas até meados do mês será determinado por cada empresa.
A Gol disse que os ingressos adquiridos hoje devem continuar nos mesmos horários e com os mesmos valores.
Já a Azul e a TAM afirmam que pode haver alteração de horários. A Avianca não respondeu até o fechamento desta edição.
OUTRO LADO
As companhias aéreas apontam os serviços oferecidos e o fato de que ainda não foi definida a malha aérea do período da Copa como fatores que provocam a variação.
A Azul, por exemplo, cita a TV ao vivo nos aviões, que suas concorrentes não têm.
A TAM disse que, "para o período e os destinos da competição", pratica tarifas de períodos "de alta demanda, como a temporada de fim de ano, Carnaval e férias".
A Gol afirmou que os preços devem mudar quando a Anac divulgar a nova malha e que as tarifas variam de acordo com a proximidade da data do voo e a taxa de ocupação do avião.
A Avianca não respondeu até a conclusão desta edição.
A voz da Oposição
ribamarense
Ex-prefeito de São José de
Ribamar e a maior liderança oposicionista da cidade, Dr. Julinho quebrou o
silêncio e falou nessa manhã à ANB Online sobre o atual cenário sociopolítico do município.
Por Fernando Atallaia
Editor da Agência Baluarte
Ex-prefeito de São José de
Ribamar e a maior liderança das oposições da cidade balneária o médico Júlio
Matos, mais conhecido como Dr. Julinho traçou na manhã deste sábado (4) um
rápido e contundente perfil do cenário social do município após longos anos de
silêncio, onde procurou manter a forma peculiar com a qual trata os eventos
políticos na terceira maior cidade do Maranhão.
‘’Ribamar ainda dorme, a
juventude precisa acordar e lutar pelos seus direitos, ir à luta, a cidade está
sem perspectivas e é necessário que a nossa gente lute para que o município
seja devolvido aos ribamarenses’’, assinalou Dr. Julinho.
Dr. Julinho: segundo maior grupo político de São José de Ribamar e apoio a Flávio Dino na cidade balneária |
Júlio Matos, que também é
médico, detém a segunda maior representatividade eleitoral de São José de
Ribamar e o segundo maior grupo político do município. Nas últimas eleições
para Prefeito pôs em seu lugar o seu primogênito como candidato, fato que deu
relevância à unidade das oposições na terceira maior cidade do Maranhão.
''Júlio Filho saiu como candidato a pedido de
milhares de jovens e famílias que compõem nosso grupo político, São José de
Ribamar é uma cidade essencialmente jovem e teve um representante à altura nas
últimas eleições’’, comemora Dr. Julinho, que fez questão de ressaltar que o
trabalho social desenvolvido por ele no município é constante e uma eterna bandeira
em prol da população local.
‘’ Nossa relação com as famílias de Ribamar não é
de hoje, temos amor e carinho por todos os ribamarenses e somos amigos de todos’’,
frisa.
Dr. Julinho com Júlio Filho: relação de proximidade e carinho com os ribamarenses |
Eleições 2014- Dr. Julinho
destacou ainda durante a longa conversa com a equipe da Agência Baluarte a
importância da alternância na esfera da administração pública estadual já em
outubro próximo. Perguntado sobre qual candidato apoiaria ao Governo do
Maranhão, foi enfático.
‘’ O estado está um caos, muita violência e falta de
segurança, precisamos mudar essa realidade, este governo (governo Roseana) já
mostrou que não tem respostas aos problemas que assolam nossa população, estou
aguardando Flávio(Flávio Dino, candidato do PC do B ao Palácio dos Leões) em
minha casa para trabalharmos duro pela mudança e pelo bem do Maranhão’’,
afirmou o médico.
Sobre os rumores de que
poderia se lançar candidato às proporcionais, o líder desmitificou possíveis
boatos e comentários. ‘’ Estamos apoiando Flávio Dino para uma mudança
estrutural que refletirá para São José de Ribamar em desenvolvimento, progresso
e grandes obras, todo nosso grupo político está voltado para apoiar
incondicionalmente Flávio nas localidades, comunidades e bairros da cidade,
estamos caminhando nessa direção’’, finalizou Dr. Julinho.
8 qualidades das pessoas educadas
Carta do escritor russo Anton Tchekhov — um dos maiores contistas da história — enviada para seu irmão em 1886 tenta explicar o que é ser verdadeiramente educado
Kiko Nogueira, DCM
O escritor russo Anton Tchekhov (Arquivo) |
“A medicina é a minha legítima esposa; a literatura é apenas a minha amante.” O escritor russo Anton Tchekhov, gênio inovador do conto, escreveu uma carta para seu irmão em 1886. Nikolai estava morando em Moscou e tentava a vida como pintor. Queixava-se de ser um artista incompreendido. “As pessoas te entendem perfeitamente bem. Se você não entende a si mesmo, não é culpa delas”, escreveu-lhe Tchekhov.
Na carta, Tcheckhov tenta explicar o que é ser verdadeiramente educado. Basicamente, em sua visão, trata-se de ter elegância intelectual, mais do que ler livros ou falar sobre livros que você leu ou não leu. Num momento em que ser burro e histérico está na moda, os oito conselhos de Tchekhov são bastante úteis.
Pessoas cultas e educadas devem, em minha opinião, satisfazer as seguintes condições:
1. Respeitam a personalidade humana e, pelo mesmo motivo, são sempre amáveis, gentis, educadas e dispostas a ceder ante os outros. Não fazem fila por um martelo ou uma peça perdida de borracha indiana. Se vivem com alguém a quem não consideram favorável e a deixam, não dizem “ninguém poderia viver contigo”. Perdoam o barulho e a carne seca e fria e as ocorrências e a presença de estranhos em seus lares.
2. Têm simpatia não só pelos mendigos e os gatos. Ficam também com o coração doído por aquilo que seus olhos não vêem. Levantam-se na noite para ajudar [...], para pagar a universidade dos irmãos e comprar roupa para sua mãe.
3. Respeitam a propriedade de outros e, em conseqüência, honram todas as suas dívidas.
4. São sinceras e temem à mentira como o fogo. Não mentem inclusive em pequenas coisas. Uma mentira é o mesmo que insultar quem está escutando e colocar em uma perspectiva mais baixa quem está falando. Não aparentam: comportam-se na rua como em sua casa e não presumem ante seus conhecidos mais humildes. Não tagarelam e não obrigam a confidência impertinente dos outros. Por respeito aos ouvidos de outros, calam mais frequentemente do que falam.
5. Não se sentem menosprezados por despertar compaixão. Não desertam a pena dos demais para que ele gemam e façam algo (ou muito) por você. Não dizem “Sou um incompreendido” ou “Me tornei de segunda categoria” porque isso é perseguir um efeito barato, é vulgar, velhaco, falso…
6. Não têm vaidade supérflua. Não se preocupam com esses falsos diamantes conhecidos como celebridades, que apertam a mão de bêbados ou são reconhecidos nas tabernas. Se ganham alguns centavos, não se pavoneiam como se estes valessem centenas de reais e não alardeiam que podem entrar onde outros não são admitidos. [...] Os verdadeiramente talentosos sempre se mantêm nas sombras entre a multidão, tão longe quanto seja possível do reconhecimento.
8. Desenvolvem para si a intuição estética. Não podem ir dormir com a roupa do corpo, ver rachaduras das paredes cheias de insetos, respirar um ar ruim, caminhar no piso recém cuspido. Pretendem tanto quanto seja possível conter e enobrecer o instinto sexual. O que querem em uma mulher não é apenas uma colega de cama. Não pedem inteligência que se manifesta na mentira constante. Querem, especialmente se forem artistas, frescor, elegância, humanidade, capacidade de ser mãe. Não tomam vodca a qualquer hora do dia e noite, não cheiram os armários porque não são porcos e sabem que não o são. Bebem apenas quando estão livres, de vez em quando. Porque eles querem mens sana in corpore sano.
7. Se têm um talento, respeitam-no. Sacrificam o descanso, as mulheres, o vinho, a vaidade. Sentem-se
orgulhosos de seu talento. Ademais, são exigentes.
"Escrevo pelo prazer de contradizer e pela felicidade de estar sozinho contra
todos."
Milan Kundera
todos."
Milan Kundera
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