segunda-feira, 3 de novembro de 2014
Breve olhar sobre a dicção de um poeta
A linguagem nunca é
inocente. Carrega consigo um coquetel molotov, sempre eficaz para espalhar a
torto e a direito a sua vocação incendiária. Ampliando essa visão, cabe lembrar
uma assertiva do filósofo austríaco, naturalizado britânico, Ludwig
Wittgenstein, quando afirma em sua obra Tractatus Logico-Philosophicus,
de 1921, que “os limites da minha linguagem denotam os limites do mundo”. Essa
reflexão remete à relação entre a linguagem e o mundo, entre a linguagem e a
realidade que nos cerca.
Para esse filósofo
da linguagem, interessa saber até que ponto a escritura ou a fala reproduzem a
experiência sensível e, a partir daí, aferir se possuem algum sentido ou não
passam de absurdas elucubrações que alimentam o diletantismo. Wittgenstein diz
com todas as letras que a função da linguagem é descrever a realidade, e afirma
que nada pode existir fora dela. Afirmação temerária, e que confere à linguagem
o status do Criador. É possível compreender a realidade sem a linguagem, embora
o conhecimento da realidade possa ser alcançado pela análise da linguagem, e
isso é irrefutável.
Dessa forma, ao nos
debruçarmos sobre os textos contidos nesta Ode Triste para Amores Inacabados,
de Fernando Atallaia, de imediato nos aflora à mente as ideias de Wittgenstein.
Muito se falou sobre a crise da palavra, iniciada no final do século XIX com
obras seminais, tais como Un Coup de Dés, de Stéphane Mallarmé. As lutas
quase corporais travadas no domínio da linguagem procuraram livrar do escritor
as amarras de um discurso formal, castiço e linear. Desse embate surgiu um
amplo caminho de liberdade no uso da palavra, a poesia a tiracolo.
Essa liberdade já
produziu, por sua vez, equívocos evidentes. Muitos, querendo parecer modernos,
não passam de reprodutores da mesmice. Uma das vertentes literárias que se
impôs, ao longo do último século, brotou a partir das mudanças na arte da
palavra, a prosa poética. E notamos que essa possibilidade de expressão, para
não ficarmos limitados à palavra gênero que, em literatura, já não delimita um
território estético, cresceu e se expandiu, contaminando positivamente a
poesia, ampliando seus limites. Essa reflexão me percorre quando leio os textos
de Atallaia.
Notamos facilmente a
presença de um discurso no qual a prosa poética se faz presente, e isso já
delimita o mundo desse escritor que apresenta aos leitores seu primeiro livro.
Ele envereda pela metalinguagem no poema Dependências. Delimita,
contudo, a linguagem, quando afirma que a poesia tem seu limite, uma
dependência, um lugar. Se existe um lugar, ele pode ser localizado, batizado
com carteira de identidade.
Aqui brota uma
contradição, pois o poeta afirma no próprio poema que a poesia é “Porta de
mundo para muitos universos / Entradas de setas para o inesperado”. Aqui
a poesia, embora possua uma dependência, abre-se para o inominável. A dicção do
poeta se pretende aberta, eis o mundo de Atallaia, uma dependência que não se
fecha em si mesma, e que, portanto, abre-se para divagações. Uma linguagem que
revela um mundo contraditório, que escapa das dependências através das janelas
que o inesperado da poesia é capaz de gerar.
Por outro lado,
estreitando os limites entre o erótico e o pornográfico, o poeta derrama versos
raivosos, tensos, apimentados, muitos deles
mais próximos da prosa que da poesia, embora esses limites também possam ser
questionados. Atallaia busca sair da mesmice, do poema pronto, do previsível. É
uma busca! A linguagem, contudo, ainda o delimita e revela a sua realidade,
carnal, concreta, humana, visceral, mundana, fruto de vivências que o autor
denuncia ao datar seus poemas e a indicar os seus locais de procriação,
rastreados em São Luís do Maranhão, São José de Ribamar ou em qualquer outro
local perfeitamente localizável.
No entanto, ele se
abre num leque de interpretações outras quando deixa fluir a imaginação, e aqui
ele entra no universo poético de forma mais consistente, quando revela, nas
entrelinhas de seus textos, um universo particular, orgástico, que habita o
reino da intuição, sem a qual não existe poesia. Notamos isso, por exemplo, no
verso “o jardineiro do roçar da imaginação a tocar como um cão a ferida a ser
lambida”. E assim ele consegue, em alguns momentos iluminados como nesse verso,
romper com a realidade e ampliar os limites da linguagem presentes no conceito
filosoficamente elementar de Wittgenstein, a realidade poética extrapolando a
realidade do cotidiano, a imaginação, a intuição a falar mais alto. Desse
alimento, espero, Fernando Atallaia poderá extrair argamassa necessária para
construir uma obra poética estimulante, plena de desafios de interpretação e,
de forma imprescindível, duradoura.
Paulo Melo Sousa é poeta, jornalista,
escritor, designer, pesquisador de cultura popular, ambientalista, membro
fundador da Sociedade de Astronomia do Maranhão e da Academia Ludovicense de
Letras. Mestre em Ciências Sociais, detentor da Medalha do Mérito Timbira, grau
de Comendador do 4º Centenário de São Luís, pelos relevantes serviços prestados
à cultura maranhense. É ainda presidente da Sociedade de Cultura Latina do
Estado do Maranhão. Autor de sete livros, quatro deles de poesia, todos
premiados, dentre os quais Vi (s) agem, Banzeiro e Vespeiro. Integra a antologia A Poesia Maranhense do Século XX,
organizada por Assis Brasil.
Um
dos criadores, em 1985, do grupo Poeme-se, que cria também um sebo e locadora
de livros. Ganhador duas vezes do Festival Maranhense de Poesia Falada, em 1985
e 1987.
‘Playboy’ da ex-BBB Vanessa Mesquita é a menos vendida da história
Do Extra/Rio
A grande popularidade de Vanessa Mesquita, que fez a paulista ganhar o “BBB 14”, não foi o suficiente para alavancar as vendas da edição da "Playboy" que a trouxe na capa. A ativista social vendeu 97.026 exemplares da publicação que saiu em julho, ganhando, assim, o título da “Playboy” menos vendida da história da publicação.
COTAÇÃO BAIXA As ancas de Vanessa não chegaram a vender sequer 98 mil exemplares |
Esse posto, até então, era ocupado pela sua colega de confinamento, a ruiva Amanda Gontijo, que vendeu 99.343 mil, segundo os números divulgados pela site da editora Abril. O ensaio traz Vanessa andando nua de skate e posando com um cachorro.
Capa mostrou mais o Skate que outras coisas |
O prazer em suas mãos
De pecado mortal e praga anti-social, nos últimos50 anos, a masturbação passou a ser aceita como uma prática natural e saudável. Por que, então, ainda somos cheios de dedos para tocar no assunto?
Por Marcos Nogueira
Revista Superinteressante
Hora do recreio. Em um canto do pátio, três meninos de 11 anos tentam se esquivar dos olhares dos outros. Eles riem, cochicham e não percebem a aproximação de um garoto nos seus 15 anos. Flagradas, as crianças ruborizam. Escondem precariamente o motivo da reunião secreta, uma revista de mulheres nuas. O rapaz mais velho percebe o constrangimento. Escondendo o sorriso, assume um ar paternal e diz ao trio:
– Vocês sabiam que isso dá pêlo na palma da mão?
Os três meninos se entreolham e trocam risadas nervosas até que um deles, quase sem perceber, fixa o olhar na palma da mão direita. Era a deixa de que os outros precisavam. Sob a liderança do adolescente, começa um espetáculo de humilhação pública do jovem masturbador. Ele não tem nada a fazer senão engolir as gargalhadas de toda a escola e torcer – em vão – para que no dia seguinte os colegas já tenham apagado o episódio da memória. Até ingressar na faculdade, o garoto será conhecido pelo apelido “Mãozinha”.
Pego em flagrante? |
A cena acima é fictícia e exagerada, mas não impossível. Os mitos sobre a masturbação estão enfraquecidos, porém ainda não caíram. Até o século 19, a lenda da mão cabeluda tinha o aval da comunidade médica. E esse era um dos “efeito colaterais” mais brandos que se atribuíam ao sexo solitário. A lista de doenças masturbatórias era imensa: tuberculose, loucura, cegueira, anemia, envelhecimento precoce, calvície e epilepsia são apenas algumas delas. A invalidez e a morte eram o destino de quem ousasse tocar a si próprio.
Culpe Onã. Na narrativa bíblica, o personagem é fulminado por Deus como castigo pelo delito de “derramar a semente no chão”. O texto não diz se Onã era um masturbador ou não (seu pecado mais provável foi o coito interrompido), mas a parábola é clara: sexo deve servir só para procriação. E não há prática sexual menos procriativa que a masturbação. Eis por que Onã, o anti-herói do Gênesis, se tornou substantivo comum – onanismo e onanista ainda são termos usados para designar, respectivamente, a masturbação e o masturbador. Pode olhar no Aurélio.
Mas o que é isso? O que está acontecendo? |
O mito de Onã reflete a conduta dos judeus de 4 mil anos atrás. Ocorre que, no que se refere à sexualidade, elas mudaram relativamente pouco até o 17º século da era cristã – não é por acaso que se fala tanto na tal moral judaico-cristã. Foi somente no século 18 que o pensamento religioso começou a ser substituído por uma visão de mundo mais racional e científica. Seria de se intuir que essa guinada aliviasse a barra dos masturbadores. Mas não foi bem assim.
Na opinião do historiador americano Thomas Laqueur, da Universidade da Califórnia em Berkeley, aconteceu justamente o oposto. Segundo ele, o monstro da culpa nasceu na modernidade. “É uma criatura do Iluminismo”, escreve Laqueur no livro Solitary Sex – A Cultural History of Masturbation (“Sexo Solitário – Uma História Cultural da Masturbação”, inédito no Brasil). Com a religião de fora, já não bastava uma ordem divina para reprimir um ato socialmente abominável como a masturbação. Então, diz o historiador, surgem os pêlos na mão e toda sorte de justificativas pseudocientíficas para condenar o hábito. A tolerância só viria no século 20, com o surgimento da psicanálise. Com a revolução de costumes dos anos 50 e 60, a masturbação começaria a ser aceita.
Porque essa mãozinha está deslizando nessa direção? Porque? |
Atualmente, nenhum cientista sério acredita que a masturbação possa causar doenças. O monstro de antigamente agora é tratado como uma coisa natural, algo indispensável para o desenvolvimento da personalidade. Virtualmente toda a humanidade já se masturbou em algum momento da vida, mesmo que alguns nem se lembrem disso (exames de ultra-som mostraram fetos estimulando os genitais dentro do útero materno). Se todo mundo faz, por que a masturbação ainda é motivo de angústia, culpa e censura social?
A GÊNESE DO PECADO
A masturbação sempre foi um assunto incômodo, em maior ou menor grau, desde que os humanos começaram a se organizar socialmente – em especial a masturbação masculina. A mulher, até três séculos atrás, detinha um status muito pouco abonador. Se fora gerada a partir de uma costela de Adão, a fêmea era uma cópia malfeita do macho. Supunha-se que o esperma guardasse tudo de que se precisava para gerar uma pessoa. Em uma comparação com o mundo vegetal, o esperma seria a semente – daí a palavra “sêmen” – e à mulher restaria o papel de vaso. Não bastasse, havia a crença de que o sêmen era esgotável. Portanto, é compreensível que o costume de ejacular ao vento já tenha nascido com péssima reputação. Já os hábitos solitários das mulheres gozavam de pouca ou nenhuma atenção da sociedade.
Que pelos são esses? |
Esse contexto nos remete de volta a Onã. O episódio é narrado no Gênesis, o primeiro livro do Velho Testamento. Er, irmão mais velho de Onã, é eliminado por Deus em circunstâncias não explicadas. Cabe a Onã, então, a missão de gerar um descendente de seu irmão. Mas quando está com Tamar, viúva de Er, Onã opta por derramar o sêmen na terra. Pronto: mais uma vítima fatal da ira divina.
Se Onã se masturbou ou não é irrelevante. Seu crime foi ameaçar uma linhagem que geraria Davi, Salomão e, mais adiante, Jesus (a mancada seria remediada por Judá, pai de Onã, que se encarregou de engravidar Tamar). “O grande pecado da masturbação é o fato de ela ir na contramão da reprodução”, afirma a psiquiatra Carmita Abdo, da Universidade de São Paulo. “Por isso, não existe nenhum grupo social que a encoraje.” Entre os antigos hebreus, qualquer modalidade sexual que não resultasse em filhos era condenada. De acordo com Laqueur, no hebraico antigo, nem sequer existia palavra para designar o sexo solitário. Tocar a própria genitália era vedado aos homens até na hora de urinar. “Na tradição judaica, o pênis já nasce impuro. Tanto que é preciso tirar um pedaço dele na circuncisão”, afirma o médico e escritor Moacyr Scliar, que prepara um romance chamado O Irmão de Onã. “A rejeição da masturbação é um traço da cultura judaica e, por conseqüência, também da cristã”, diz.
Como é que é? |
Qual não foi o escândalo entre os judeus quando a Palestina foi invadida por povos helênicos, de notória permissividade sexual. “Um dos motivos de os judeus terem resistido tão fervorosamente à ocupação grega no século 3 a.C. foi o fato de os invasores serem adeptos de práticas como o homossexualismo”, diz Scliar. A masturbação, na sociedade helênica, não era propriamente condenada. Mas seus praticantes eram alvo de chacota na aristocracia. “Um cavalheiro não devia precisar se masturbar, dadas as alternativas sexuais que ele tinha à mão: escravos, prostitutas, mulheres de classes inferiores”, diz Laqueur. Masturbar-se era coisa de pastores de ovelhas, de escravos, de gente sem acesso a parceiros sexuais. O masturbador era digno de piedade e de riso.
Em Roma, a questão era vista mais ou menos da mesma maneira – a última forma de sexo a que se deveria recorrer. Pelo menos até a ascensão do catolicismo. A Igreja, cujos valores nortearam a sociedade ocidental por toda a Idade Média, classificou a masturbação como pecado mortal. Mas era apenas um pecado a mais em um universo em que qualquer tipo de prazer era proibido. Para alguns, não ficava de fora da lista negra nem o sexo marital com a finalidade única de procriação. “Sempre ocorre com excitação e prazer, que não existem sem pecado”, escreveu no século 12 o teólogo Huguccio.
Será? |
Assim, na escala de premência dos guardiães da castidade, a masturbação ficava aquém de uma infinidade de delitos: adultério, sodomia, incesto, fornicação... Além do mais, não convinha ao clero usar a mão de ferro na repressão ao sexo solitário – embora não fosse admitido abertamente, ele era uma válvula de escape da tensão sexual que pairava nos corredores dos mosteiros. Ironicamente, a reputação de “vício dos padres” foi um dos argumentos usados pela patrulha antimasturbatória que surgiria no século 18.
SURGE A DOENÇA
Nos cafés de Londres, por volta de 1710, podia-se comprar vários folhetos sobre doenças. Tais publicações eram pretexto para veicular anúncios de tônicos e elixires elaborados por charlatães que faturavam alto em cima da ignorância alheia. Uma brochura anônima sobre um doença inédita destacou-se das demais: Onania ou o Pecado Infame da Desonra de Si Mesmo e Suas Terríveis Conseqüências para Ambos os Sexos, com Conselhos Morais e Físicos Endereçados Àqueles Que Já Sofreram os Prejuízos Desse Hábito Abominável. O impacto dessa obra seria tão grande quanto o título.
Onania – que garantiu ao pobre Onã uma indesejável notoriedade – desvelava os supostos malefícios do “vício secreto”, que até então havia sido ignorado. A Igreja já não apitava tanto na vida das pessoas, o que permitiu que a sexualidade se manifestasse mais abertamente. A pornografia ganhara espaço nas artes, como se percebe nos quadros que ilustram esta reportagem. Mulheres conquistaram uma importância social maior. E, sim, elas se masturbavam. Onania captou tais mudanças e tratou a masturbação feminina com o mesmo tom condenatório antes só dirigido aos rapazes. Um de seus episódios narra a história de duas freiras que, de tanto se masturbarem, desenvolveram clitóris do tamanho de pênis masculinos.
Para uma época sem rádio, TV ou internet, Onania foi um sucesso editorial espetacular. Começou com 2 mil cópias pagas pelo autor – que, segundo o historiador Thomas Laqueur, era um pornógrafo chamado John Marten – e, em meio século, teve 24 edições em toda a Europa. Aquele punhado de teorias preconceituosas arrebatou o suíço Samuel Tissot, que em 1760 publicou L’Onanisme (“O Onanismo”), fenômeno ainda maior de vendas: 35 edições em francês e 61 em outras línguas. De novo, lia-se uma sucessão de contos sobre gente que caíra em desgraça física e moral devido à masturbação. Mas, agora, quem escrevia era um dos doutores mais respeitados do continente europeu, primeiro-médico do rei da Inglaterra e amigo de figurinhas como o filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau – que, por sinal, agradeceu ao companheiro pelo alerta sobre os riscos do vício que o acometia.
O que você pensa que está fazendo? |
Vale lembrar que, na época, a medicina apenas começava a se desviar de teorias formuladas na Antiguidade clássica. A curiosidade setecentista era imensa, só que empacava na precariedade do conhecimento biológico. O microscópio acabara de ser inventado, mas ainda não se descobrira grande utilidade para ele. A palavra “bactéria” simplesmente não existia. “Se alguém que se masturbava pegasse uma tuberculose, o mal era associado à masturbação”, afirma Moacyr Scliar. “Havia a idéia de que a emissão de esperma exauria o indivíduo.”
No que tocava às mulheres, a masturbação era tratada de forma ambígua. Havia a execração do hábito, considerado uma afronta à ordem sexual estabelecida. Curiosamente, porém, a estimulação genital era largamente praticada por médicos para o tratamento daquilo que se chamava de histeria – as oscilações de humor provocadas por insatisfação sexual. “Quando, afinal, a mulher tinha um orgasmo, ele era encarado como uma crise histérica”, diz a psiquiatra Carmita Abdo. Tal procedimento médico foi a semente da indústria de brinquedos masturbatórios destinados ao público feminino. “No começo do século 20, houve um boom de aparelhos destinados a poupar os médicos do tédio de massagear a genitália de mulheres histéricas: vibradores elétricos, máquinas hidroterápicas, tudo vendido nos catálogos das lojas de departamento”, afirma Laqueur.
Tire a mão daí, garota... |
As teorias médicas disparatadas eram o sustentáculo da condenação moral. Mas por que a masturbação foi alvo de uma artilharia tão pesada justamente no chamado Século das Luzes? Na opinião de Laqueur, porque representa o lado negro da autonomia tão enaltecida pelos intelectuais de então. O pensamento iluminista valorizava o indivíduo, desde que este fosse uma engrenagem da máquina social. Na masturbação, o indivíduo se isola, não produz nada de útil para os outros, não está sujeito ao controle da sociedade. Para o filósofo alemão Immanuel Kant, masturbar-se era “abraçar a animalidade nua”. Essa visão prevaleceria até a virada do século 20.
FREUD EXPLICA?
A lenta demolição dos mitos sobre a masturbação começou com a descoberta das causas verdadeiras de doenças atribuídas ao tal onanismo. No início do século 20, já eram poucos os médicos que levavam a sério as fábulas de terror propaladas por Samuel Tissot. O problema persistia, mas agora se instalava na mente do masturbador. Nessa época, causavam furor as idéias de um médico austríaco chamado Sigmund Freud.
Para Freud, não havia nada de anormal na masturbação. Bem, desde que ela fosse praticada durante a infância. “No contexto da época, isso era revolucionário”, afirma a psiquiatra Carmita. O pai da psicanálise julgava que o amadurecimento sexual envolvia necessariamente o abandono da masturbação em favor do sexo a dois. O adulto que insistisse no ato era imaturo e padecia da culpa gerada pelo comportamento inadequado. A teoria freudiana chegou a traçar um quadro particularmente infeliz para as mulheres. Ao atingir a idade adulta, elas deveriam transferir seu centro de prazer do clitóris – um órgão erétil, uma referência masculina – para a vagina, onde residiria a verdadeira sexualidade feminina. Assim, uma mulher que se masturbasse com estimulação clitoridiana não somente seria imatura: teria problemas de identidade sexual.
Apesar dos pesares, a visão de Freud foi um avanço e tanto. “A amplitude da interpretação freudiana abriu avenidas largas de política sexual”, escreve Laqueur. De acordo com o autor, essas avenidas foram niveladas no fim dos anos 40 e início dos 50 com os relatórios do biólogo Alfred Kinsey – um sobre o homem, outro sobre a mulher – e asfaltadas em 1966, ano do lançamento de A Resposta Sexual Humana (esgotado no Brasil), de William Masters e Virginia Johnson. Esses estudos traçaram perfis inéditos da população americana. Obviamente não se restringiam à masturbação, mas deram uma mãozinha para reabilitar o sexo solitário. Kinsey observou que a masturbação era um hábito comum – em especial entre as mulheres. Masters e Johnson sustentavam que o prazer feminino poderia ser amplificado se elas incorporassem a masturbação às relações heterossexuais. Estava inaugurada a era do vale-tudo. Ou quase.
JOGADA ÀS TRAÇAS
Cidade de Raposa passa, atualmente, pelo maior
abandono de sua história.
Por Fernando Atallaia
Direto da Redação
Insegurança, violência, ausência de politicas públicas
para Educação, Infraestrutura, Saúde, Emprego e Renda, além de acentuada
politicalha na gestão do prefeito Clodomir Oliveira, fazem de Raposa, cidade
importante da região metropolitana, o retrato do abandono na Grande Ilha.
Os habitantes e moradores do município pesqueiro
vêm denunciando, ao longo dos últimos dois anos, o descaso patrocinado pela gestão
de Clodomir em Raposa, sem, contudo, alcançar o êxito desejado.
RINDO COM O VENTO Prefeito Clodomir Oliveira faz a pior administração da história de Raposa, mas consegue manter-se no cargo Administrada de forma irresponsável pelo prefeito, o Ministério Público fechou os olhos para aquela que é reconhecidamente uma cidade turística emblemática e importante ao futuro da Pesca e do Turismo do Estado. Raposa, na óptica do Chefe do Executivo local, é vista ainda como uma mera localidade em pleno século 21, momento onde a administração pública brasileira se esmera por alçar voos maiores rumo ao tempo perdido na esfera da Gestão Pública. |
Deslocado, desatento e alheio à realidade da
cidade, Clodomir Oliveira é um gestor que demonstra falta de compromisso com a cidade
que governa. Os raposenses apontam o
prefeito como responsável pelo irremovível caos na Infraestrutura e desprezo na
Saúde. Muitas mães para dá luz a seus rebentos, tem de se locomover rotineiramente a cidades vizinhas como São José
de Ribamar, São Luís ou Paço do Lumiar para realizar seus partos. A situação da Saúde de Raposa é
tão grave que mesmo os medicamentos a serem entregues a população desaparecem
como que num ‘passe de mágica’.
POR UM TRIZ A bela Talita Laci quase assumiu a Prefeitura em meio a protestos anticorrupção contra a gestão de Clodomir |
Atualmente, sem voz na imprensa do estado, centenas
de munícipes utilizam as redes sociais para fazer frente ao prefeito diante do
abandono pelo qual passa raposa na Ilha. Clodomir Oliveira, por sua vez, segue
prefeito da cidade.
Nos últimos meses ouve uma oscilação. A filha do
ex-prefeito de Raposa, Jose Laci, Talita ficou prestes a assumir o cargo titularizado
por Oliveira. Mas ele conseguiu reverter a decisão junto ao Judiciário
maranhense e mantém-se prefeito. Grupos de Oposição de Raposa seguem calados.
Eduardo Bolsonaro é flagrado com arma na cintura durante ato “Fora Dilma”
deputado federal pelo (PSC) é filho do também deputado Jair Bolsonaro (PP); em seu discurso, disse ainda que Dilma seria “fuzilada” caso seu pai fosse candidato a presidente
Da Redação/Brasil de Fato
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC) foi flagrado com uma arma na cintura durante a manifestação “Fora Dilma”, que ocorreu no último sábado (1º), em São Paulo. Em seu discurso, Eduardo, que é filho do também deputado federal Jair Bolsonaro (PP), disse ainda que se seu pai tivesse se candidatado a presidente este ano, teria “fuzilado” a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT).
Enquanto discursava em cima do único carro de som do protesto, Eduardo parabenizou ainda a Polícia Militar por não ter agredido nenhuma pessoa no ato. “Agora, não teve educação em casa, taca pedra no policial e quer o quê? Que responda com flores? Tem de usar a energia mesmo”, disse.
DEMOCRACIA ARMADA? Bolsonaro participou do Ato blindado até a cintura |
Cerca de 3 mil pessoas participaram da manifestação que, além do impeachment da presidente recém reeleita, pedia uma nova intervenção militar no país, aos moldes da que aconteceu em 1964, para tirar o PT do poder. “Viva a PM! Fora PT! Fora a Venezuela”, bradava o deputado, que acusa o PT de tentar instaurar uma “ditadura comunista” no Brasil.
Defesa
A foto do deputado armado na manifestação gerou polêmica nas redes sociais. Em postagem publicada em sua página no Facebook, Eduardo Bolsonaro se defendeu e explicou que, como é também policial, tem o direito de portar armas.
“Policial Federal armado legalmente é colocado como marginal e marginais são colocados como santos”, escreveu o deputado, acusando os movimentos de esquerda de “assassinar reputações”.
Empresa denunciada por desvio no Fantástico prestou serviço para João Alberto
Blog do Clodoaldo
A empresa A4 Serviços e Entretenimento, denunciada pelo Fantástico pelo desvio de pelo menos R$ 6,5 milhões dos cofres públicos de Anajatuba em alugueis de carros e máquinas atua com mais políticos maranhenses, inclusive um senador da República.
O senador João Alberto, mais conhecido como Carca: contratando empresa envolvida em esquema de corrupção |
O Senador João Alberto contratou a empresa para divulgação da atividade parlamentar por R$ 8.500,00. A restituição foi paga pelo Senado em 28 de março deste ano. A empresa foi contratada para realizar pesquisa de opinião para o senador. Além da A4, a empresa Escutec realizou pesquisa de opinião para o Senador.
A reportagem do Fantástico classificou a A4 como empresa de fachada. A reportagem da TV Globo não encontrou a sede da empresa. Um homem que aparece como sócio da A4, Raimundo Nonato Silva Abreu Júnior, está sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, mas nega que seja empresário. Raimundo diz que foi usado como “laranja” sem saber.
Mr. Catra anuncia que quer mais uma esposa
Mr. Catra usou o Instagram para fazer uma nova provocação. Neste último domingo (2), ele anunciou que está procurando uma nova esposa.
Mc. Catra(foto) quer só mais uma |
“Bom dia, filharada. Hoje acordei querendo mais uma esposa. Marca aí uma amiga gata para o papai conhecer. Tô ansioso para conhecê-la!”
Catra já tem quatro mulheres e é pai de 27 filhos.
Fantástico denuncia esquema milionário de ‘notas frias’ em Anajatuba
Blog do Luis Pablo
A reportagem denunciou a Prefeitura de Anajatuba, que firmou contratos com 4 empresas em nome de ‘laranjas’ sob o comando do empresário Fabiano Bezerra.
Fabiano de Carvalho Bezerra: 'notas frias' em esquema de desvio de dinheiro público milionário |
As empresas A4 Serviços, RR Serviços Ltda, Construtora Construir e MR Serviços receberam no ano passado R$ 9 milhões dos cofres públicos do Executivo Municipal de Anajatuba.
Das 4 empresas a que mais faturou foi a A4 Serviços, que só em 2013 fechou um contrato de R$ 6,5 milhões para alugar carros e máquinas. Na reportagem o local da empresa é de faixada. Nada funciona no imóvel.
A empresa está em nome de Raimundo Nonato Silva Abreu Júnior, que é taxista e foi motorista do empresário Fabiano Bezerra.
Raimundo Nonato Silva Abreu Júnior é laranja na empresa A4 Serviços |
Procurado pela equipe do Fantástico, Raimundo Nonato disse se sentir ameaçado pelo seu ex-patrão. Segundo ele, o empresário usou seu nome para abrir a empresa e fazer negócios com prefeituras.
O chefe que comanda as empresas, Fabiano Bezerra, e o prefeito Hélder Aragão estão sendo investigado pela PF, que deverá estourar uma megaoperação para prender os gestores que estão envolvidos no esquema.
SAIBA COMO FOI O ACORDO PARA ENTREGAR A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO AO PDT
Blog do Ed Wilson
Durante a campanha eleitoral de 2014, Lula (PT) prestou vários serviços para ajudar José Sarney (PMDB) e a candidatura de Edinho Lobão (PMDB) ao governo do Maranhão.
A parte visível foi o indecoroso programa eleitoral, exibido fartamente na TV, no qual Lula pedia votos para Edinho.
No lado invisível, Lula tramou uma chapa formada pelo PDT, com um vice do PT, para disputar o governo.
O objetivo era forjar uma candidatura para quebrar a polarização entre Flávio Dino (PCdoB) e Edinho Lobão (PMDB), levando a eleição para o segundo turno, quando, teoricamente, Lobão teria mais vantagem financeira para decidir.
Lula esticou a corda até rebentar |
Em síntese, seria uma chapa laranja de Edinho, com o único objetivo de bater pesado em Flávio Dino.
Lula utilizou como mecanismo de pressão o Ministério do Trabalho (uma espécie de latifúndio do PDT) para pressionar os trabalhistas do Maranhão ao plantio do laranjal.
O PT sarneísta ficou entusiasmadíssimo com a vice.
Fracasso
Se a chapa laranja vingasse, seria um golpe na candidatura de Flávio Dino. Ele perderia um precioso tempo de propaganda eleitoral e a vasta militância pedetista, expert em campanhas.
Para ficar com Dino, o PDT exigiu a Secretaria de Educação. O porta-voz do acordo foi o deputado federal Weverton Rocha, com anuência do manda-chuva pedetista Carlos Lupi, ex-ministro do Trabalho.
Sem outra alternativa, Flávio Dino amarrou o PDT com a promessa de entregar a Educação. Assim foi feito.
O acordo está mantido, mas o governador eleito não aceitou até agora os nomes indicados por Weverton (reveja AQUI).
Pragmático, o PDT local preferiu o certo (a vitória de Flávio) ao duvidoso (um improvável segundo turno).
Duas derrotas
Lula foi derrotado no visível e no invisível. Edinho perdeu e a chapa laranja PDT/PT não vingou.
Nem toda a cúpula do PT fechava com a ideia de apoiar Sarney. Dilma, por exemplo, não foi ao Maranhão e não gravou programa de TV para Edinho.
A direção nacional petista também proibiu o diretório maranhense de indicar o candidato a vice-governador na chapa de Edinho. Autorizou, apenas, o suplente de senador.
Lula esticou a corda sozinho. Até rebentar.
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