terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Atraso, miséria e condições sub-humanas de sobrevivência atravessam a cidade de Norte a Sul
Por Fernando Atallaia
Editor-Chefe da Agencia Baluarte
atallaia.baluarte@hotmail.com
O prefeito lá é Clodomir Oliveira. Um gestor
que vem protagonizando escândalos de corrupção e que tem processo aberto que
pede sua cassação no Tribunal de Justiça. Oliveira é um velho conhecido da
politicalha do Maranhão. Afeito às muitas manobras junto aos poderes
constituídos, o gestor não é querido na cidade.
Raposa, um município pequeno que por alguns
anos carregou a fama de cidade do peixe, do mar e outros atributos, se tornou
na administração de Clodomir Oliveira uma mera localidade abandonada em pleno século
21 com visíveis características de bairro esquecido.
O prefeito processado da cidade de Raposa, Clodomir Oliveira: barbas para disfarçar as irregularidades A população, formada por milhares de pessoas humildes, ordeiras e ainda alegres, estar sendo afunilada pela falta de políticas públicas em todos os setores. Da Saúde à Educação. E o pior: ali bem próximo ao Ministério Público que nada faz para reverter o terrível quadro. Nada faz para desbaratar as malversações instauradas. Quem passeia por Raposa, visitantes, transeuntes aleatórios, munícipes ou turistas não tem do que se animar. A paisagem, tórrida, sensibiliza até mesmo os mais embrutecidos. Não somente pela calamidade da Infraestrutura repleta de ruas, vias e avenidas esfaceladas, mas, sobretudo, pelo atraso que atordoa os raposenses que, sem perspectiva alguma de vida, sobrevivem e resistem no espaço decrépito da cidade. Muitos, inclusive, já debandaram para outros municípios a fugir da miséria. |
A real situação da cidade de Raposa no Maranhão
não deixa dúvidas quanto a não aplicabilidade dos recursos públicos em seu território. Saúde agonizando, Educação precária se arrastando a quase extinção e o
caos nos demais setores da gestão pública encontram paralelos na falta de
oportunidade de trabalho e emprego. Mesmo a pesca hoje na cidade não representa uma
esperança aos munícipes como o era bem antigamente.
População de Raposa em mais um protesto contra a administração de Clodomir: ela pede a saída do prefeito antes que ele acabe de uma vez por todas com a cidade |
''Não temos incentivo algum para trabalhar na pesca aqui em Raposa e não têm mais vagas para quem quer entrar, todo mundo já está é desempregado e tem muita gente é passando fome’’, denuncia um morador da cidade.
O prefeito Clodomir Oliveira recebeu, recentemente,
a governadora do estado, Roseana Sarney para uma inauguração na cidade. Barbas
por fazer e semblante tenso, tentou passar a impressão de que representa os
nativos de Raposa. Clodomir , por mais uma vez, não convenceu: os raposenses já
pediram sua saída do Executivo à exaustão. Ele precisará inventar outro perfil ou pelo menos aparar as irregularidades. Se é que isso é possível!
Deputado Bolsonaro diz que não vai estuprar deputada porque 'ela não merece'
Em um discurso no plenário nesta terça-feira (9) o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) afirmou que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque "ela não merece". A discussão aconteceu depois da fala de Rosário contra a ditadura militar.
"Fica aí, Maria do Rosário, fica! Há poucos dias tu me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que não ia estuprar você porque você não merece”, afirmou.
ESTUPRADOR INVIABILIZADO Bolsonaro só não estupra porque não merece |
Não foi a primeira vez que Bolsonaro fez esse tipo de ofensa: há alguns anos ele havia dito a mesma coisa à deputada nos corredores da Câmara.
A fala gerou revolta nas redes sociais e o presidente da sessão estuda entrar com uma representação contra Bolsonaro no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.
Ricardo Murad diz que Flávio Dino vive sob efeito do álcool, tem caráter fraco e é imaturo
Blog do Cardoso com edição da Agência Baluarte
Faltando alguma horas para deixar o cargo de secretário de Estado da Saúde, o deputado licenciado Ricardo Murad reagiu aos apelos feitos pelo governador eleito Flávio Dino para que Roseana Sarney pague os serviços de saúde. Dino, pelas redes sociais, denunciou que hospitais não estariam funcionando por falta de pagamentos.
TRATORZÃO Ricardo Murad já anunciou aos quatro ventos que vai bater muito em Flávio através de sua filha Andréa, do cunhado Sousa Neto e do cupincha Roberto Costa pelos próximos quatro anos |
“Caráter fraco, efeito do álcool, desculpa de quem está com medo de dar conta do recado…? Declarações sem fundamento, comportamento imaturo e inapropriado para quem vive anunciando mudanças e um governo revolucionário é decepcionante”, disse Murad também na sua rede social.
Criticando |
A estratégia do secretário em bater no próximo governador mostra que, assim que foi feita uma auditoria severa nas contas da Saúde, Ricardo Murad pode justificar que seria um ato de perseguição ao seu comportamento crítico em relação da Flávio Dino.
O resultado da auditoria pode complicar a vida política de Murad no futuro. É só aguardar!
Abaixo o que escreveu Flávio Dino e a resposta de Ricardo Murad:
Reagindo |
Alucinação assassina
Tomar o chá alucinógeno da seita Santo Daime quando se tem um transtorno psíquico, afirmam especialistas, é o mesmo que jogar gasolina sobre um incêndio. Tudo indica que foi o caso de Cadu, o assassino do cartunista Glauco e de seu filho Raoni
Revista Veja
No universo das tragédias, há as do tipo previsível e as que fulminam suas vítimas com a imprevisibilidade de um raio. O assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas, de 53 anos, e de seu filho Raoni Ornellas Vilas Boas, de 25 anos, cometido por Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, certamente não pertence à primeira categoria. Cadu, como é conhecido o criminoso confesso, nasceu em uma família de classe média alta de São Paulo e estudou nas melhores escolas da capital paulista. Morava em bairro nobre, frequentava os bares da moda, ia a baladas de black music e, segundo a família, nunca havia demonstrado comportamento violento. Os avós, com quem ele morava, sabiam que o neto usava maconha ("Como fazem hoje em dia 90% dos jovens", disse Carlos Nunes Filho, o avô) e, embora lamentassem o fato de ele ter começado três faculdades sem terminar nenhuma (direito, artes visuais e gastronomia), não viam nisso mais do que uma indecisão em relação ao seu futuro profissional. Glauco e o filho Raoni tampouco tinham perfil ou comportamento que poderia ser classificado como "de risco" – nada que contribuísse para fazer deles vítimas potenciais de um assassinato. Nenhum dos dois tinha inimigos e ambos mantinham como ideário de vida a assistência ao próximo: drogados em busca de recuperação, no caso de Glauco, e comunidades indígenas isoladas, no caso de Raoni. Ainda assim, não se pode dizer que a tragédia ocorrida em Osasco no último dia 12 não deu pistas de que vinha se aproximando.
LOUCURA E MORTE Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, assassino confesso do cartunista Glauco e de seu filho Raoni: alucinações levaram ao crime |
Nos últimos três anos, Cadu, de 24 anos, vinha exibindo claros sinais de que estava sofrendo de distúrbios psíquicos. Esse período, segundo seu pai, Carlos Grecchi, coincide com o tempo que o filho começou a frequentar o Céu de Maria, igreja fundada por Glauco e pertencente à seita Santo Daime, que mistura elementos do cristianismo, espiritismo e umbanda e prega o consumo de um chá com efeitos alucinógenos como forma de "atingir o autoconhecimento e a consciência cósmica". O comportamento de Cadu, diz Grecchi, começou a se transformar quando ele passou a fazer uso da dimetiltriptamina (DMT), o princípio ativo presente na beberagem consumida por adeptos da seita. Por diversas vezes, tanto Grecchi como os avós de Cadu ouviram o jovem dizer que era a reencarnação de Jesus Cristo. Também por diversas vezes os parentes flagraram o jovem rezando, numa ocasião debaixo de chuva forte, para plantas que ele dizia serem reencarnações de entidades religiosas.
CULTO E "MIRAÇÃO" A comunidade Céu do Mapiá, no Acre, abriga a sede da seita (à dir.). Ao lado, culto no Céu de Maria. Quem vai tem de beber o chá |
Às tentativas de levá-lo a um psiquiatra ou a uma clínica de internação, Cadu reagia com determinação e pavor. Dizia que não queria ficar como sua mãe, portadora de esquizofrenia. A esquizofrenia faz com que suas vítimas sejam acometidas por delírios e alucinações, em surtos que duram, no mínimo, um mês. Vozes e seres imaginários solapam a percepção da realidade. Falsas ideias de perseguição e possessão tornam a vida um pesadelo contínuo. A esses surtos se intercalam períodos de uma apatia profunda, marcados por lentidão de raciocínio e desordem de pensamento. O risco de desenvolver essa psicose sobe de 1% para 13% no caso de pessoas cujo pai ou mãe sofre do transtorno. Na família de Cadu, além da mãe, também uma tia-avó foi diagnosticada com esquizofrenia. Seu pai diz estar convencido de que o filho herdou a doença(veja entrevista abaixo). E começa aqui a parte em que a tragédia do Céu de Maria atravessa o campo do imponderável para adentrar o espaço aterrador das desgraças que talvez pudessem ter sido evitadas.
Grande parte dos portadores de esquizofrenia consegue levar uma vida razoavelmente normal desde que sob tratamento – que, além de medicação, inclui manter distância de certas substâncias. Como chás alucinógenos, por exemplo. A DMT aumenta a concentração no cérebro de três neurotransmissores: a serotonina, a noradrenalina e a dopamina. Como os portadores de esquizofrenia têm um aumento na atividade da dopamina, a sobrecarga dessa substância pode fazer com que eles percam a noção de realidade e tenham alucinações – estado que pode continuar mesmo depois que o efeito da droga termina. Em outras palavras, permitir que portadores de psicoses como a esquizofrenia bebam o chá da seita Santo Daime equivale a jogar gasolina sobre uma casa em chamas. Tudo indica que foi exatamente o que os seguidores da seita fizeram durante os três anos em que Cadu frequentou o local. |
MEDO A viúva de Glauco, Beatriz Galvão (de camiseta clara), com a filha, Juliana; ao lado, Ipojucã, filho do cartunista, e a namorada de Raoni, Gersila: a família não quis voltar para casa e foi abrigada por amigos |
Ninguém duvida de que a igreja fundada por Glauco reúna homens e mulheres de boa vontade, ótimas intenções e um propósito louvável: o de ajudar a livrar os jovens das drogas, coisa que o próprio Glauco havia conseguido fazer consigo mesmo, segundo afirmava, graças ao Santo Daime. Se, no entanto, o que diz Grecchi, o pai de Cadu, não estiver distorcido pela dor e pelas circunstâncias, Glauco foi, sim, solicitado a não mais ministrar o alucinógeno a Cadu ainda em 2007. Por descuido ou desconhecimento acerca do estado de saúde do rapaz, ele não atendeu ao pedido. Em depoimento à polícia, Cadu afirmou que bebeu o chá todas as vezes em que foi ao Céu de Maria.
MAIS SUSPEITO Nova perícia policial sugere que o estudante Felipe Iasi deu cobertura à fuga de Cadu |
A DMT é proibida em quase todo o mundo. Ao lado do LSD e da mescalina, ela aparece na lista de drogas controladas na Convenção sobre Substâncias Psicotrópicas da Organização das Nações Unidas. Essa lista é seguida por 183 países, o Brasil incluído. A convenção, entretanto, não proibiu plantas ricas na substância, como a erva-rainha ou chacrona, que dá origem à beberagem do Daime. Isso permite a interpretação de que apenas a substância é proibida e a planta, que tem pequena concentração dela, não. No Brasil, em 1992, graças a uma campanha liderada por "ayahuasqueiros", o Conselho Federal de Entorpecentes liberou o consumo do chá daimista "para fins religiosos". Foi o primeiro de uma sucessão de erros que culminou com a consagração do chá como "bebida sagrada", título concedido à substância alucinógena pelo estado brasileiro em janeiro passado. O advogado criminalista Fernando Fragoso considera a interpretação casuística. "Uma droga não deixa de ser droga se for consumida no meio de um ritual. A substância é lícita ou não é", diz. A Associação Brasileira de Psiquiatria também já se manifestou contra a liberação do chá, sob o argumento de que não existem estudos suficientes para descrever em profundidade a ação no cérebro da DMT presente na beberagem.
De acordo com a família de Cadu, a última vez que ele ingeriu o chá foi por ocasião do Ano-Novo. Nesse período, conforme afirmou à polícia, Cadu já estava traficando maconha com o propósito de juntar dinheiro e comprar, por 1 900 reais, a arma com que matou suas vítimas. O propósito seria obrigar o cartunista e líder religioso a dizer a sua família que seu irmão mais novo, Carlos Augusto, seria a reencarnação de Jesus Cristo. A mãe de Cadu, Valéria Sundfeld Nunes, mora sozinha no bairro do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, mas é assistida de perto pelos pais, que a visitam duas vezes por dia. Ela trabalha em uma ótica, mas está há três meses afastada, segundo o patrão, por problemas de saúde. O avô de Cadu conta que ela reagiu à notícia da prisão do filho com apatia: "Parecia que haviam dito que ele tinha ido ao supermercado". |
Cadu foi preso na noite de domingo em Foz do Iguaçu (PR), depois de tentar atravessar a fronteira para o Paraguai, na Ponte da Amizade. Num Fiesta preto que havia roubado em São Paulo, disparou cerca de quinze tiros pelo para-brisa do carro em movimento contra os policiais federais que quiseram impedi-lo. Feriu um deles no braço e só parou do lado paraguaio da ponte ao ver que sua passagem estava trancada por outra barreira montada pelo país vizinho. Nesse momento, sem que ninguém lhe perguntasse, saiu do carro com os olhos esbugalhados, bradando: "Sou o Cadu. Fui eu que matei o Glauco". Apesar da confissão, o crime ainda guarda pontos obscuros. O primeiro diz respeito ao papel de Felipe Iasi, o amigo que teria sido coagido a levar Cadu ao Céu de Maria na noite do assassinato. Por meio do rastreador instalado no carro do rapaz pela companhia de seguros, a polícia reconstituiu o trajeto que Iasi percorreu depois de deixar a casa de Glauco. A análise inicial mostrou que o itinerário de Iasi coincide, ao menos nos primeiros 8 quilômetros, com aquele percorrido por Cadu e revelado por meio do sinal do seu celular. Isso indicaria a possibilidade de Iasi ter dado cobertura ao amigo na fuga. Há ainda a possibilidade de Cadu ter omitido outra informação: em depoimento, ele diz que roubou o Fiesta no domingo de manhã e seguiu viagem. O rastreamento do veículo indica, porém, que, às 13 horas do domingo, o carro encontrava-se no Parque do Ibirapuera. A polícia vai investigar o que Cadu pode ter ido fazer lá. Por fim, há que esclarecer por que motivos o advogado e amigo da família de Glauco, Ricardo Handro, mentiu a respeito das circunstâncias em que se deu o crime. Ele chegou a dar detalhes à imprensa do que teria sido uma tentativa de sequestro seguida de homicídio. Sua versão só mudou quando se tornou insustentável diante dos fatos revelados pela polícia – entre eles o de que o assassino era conhecido das vítimas e frequentador da igreja Céu de Maria. Ele se defende dizendo que não havia falado com a mulher de Glauco quando divulgou sua falsa versão. A polícia considera o argumento pouco plausível.
FOI O DAIME
Carlos Grecchi, o pai do jovem que matou Glauco: "O chá foi o fator desencadeante"
O comerciante Carlos Grecchi, pai de Carlos Eduardo, o assassino confesso de Glauco e Raoni, atribui o agravamento do estado psíquico de seu filho ao consumo do santo-daime. Na última quinta-feira, Grecchi, que vive em Goiás, falou a um grupo de jornalistas no escritório de seu advogado, em São Paulo.
DAIME E ESQUIZOFRENIA
"Para mim, o chá que Carlos Eduardo tomava no Céu de Maria foi o fator desencadeante de um surto psicótico – que, rezo a Deus, não se transformará numa esquizofrenia profunda. Eu sei como é um surto psicótico, porque convivi com a mãe dele, que tem esquizofrenia. O exame toxicológico feito nele deu positivo para maconha. Vocês acham que alguém que fuma maconha teria ficado daquele jeito? Agora, na Polícia Federal, ele não está usando drogas e continua alterado. Que droga teria um efeito tão prolongado?"
A FAMÍLIA "ACHOU LEGAL"
"Quando meu filho contou que estava frequentando a igreja, a família até achou legal. Mas, pouco tempo depois, ele começou a querer doutrinar os amigos. Só falava da igreja, chegou a ponto de rezar para as plantas, falando que elas eram encarnação de Jesus... Eu falei que ia ter de interná-lo. Ele se ajoelhou e pediu pelo amor de Deus para não interná-lo, porque não queria ficar igual à mãe"
ELE TAMBÉM EXPERIMENTOU
"No ano em que ele passou a frequentar a igreja, eu fui até lá e tomei o chá para saber o que meu filho estava tomando. É claramente alucinógeno. Você fica viajando, fora da realidade"
UM PEDIDO À IGREJA
"Tentei convencê-lo a não ir mais ao Céu de Maria. Em 2007, fui até lá pedir pessoalmente para que não o deixassem mais tomar o chá. O Glauco disse que não podia fechar as portas para ninguém. Minha mãe, que tem 80 anos, também foi reclamar, mas ofereceram o chá para ela"
O ÚLTIMO CHÁ
"No réveillon, meu filho foi até o Céu de Maria. Ele me ligou quando tentava voltar para casa, dizendo que estava morrendo. Eu o encontrei num estado lamentável, dentro do carro, em um barranco. Ele estava tremendo, suado, e havia urinado e defecado nas calças. Segurava o celular. Eu tinha ligado umas vinte vezes, e ele não conseguia atender. Levei-o para casa, e ele disse que havia exagerado um pouco no tal do chá" |
As origens da seita Santo Daime estão ligadas à descoberta, pelos seringueiros do Acre, da ayahuasca, como os índios que viviam na Floresta Amazônica no século XIX chamavam o chá. Um dos primeiros a consumir a bebida, o seringueiro Raimundo Irineu Serra teria tido uma visão de Nossa Senhora, na qual ela ordenava que ele passasse a chamar o chá de santo-daime (a palavra viria da exortação "dai-me luz") e criasse uma doutrina em torno dele. O ritual criado por Irineu e replicado em todo o país se desenrola da seguinte forma: o interessado em provar da ayahuasca passa por uma breve entrevista para que os "fardados", os daimistas graduados, questionem suas motivações. Apenas em algumas igrejas se pergunta ao interessado se ele tem problemas psíquicos. Uma vez aceito, o calouro daimista pode participar do culto. Os participantes se sentam formando um círculo, os homens separados das mulheres. Cantam hinos de letra singela e repetitiva, que misturam referências cristãs e espíritas. Depois de algumas músicas, chega o momento do primeiro chá. As pessoas se organizam em fila e tomam meio copo do alucinógeno. Em geral, isso se repete quatro vezes. O culto pode durar até doze horas. Só recebem autorização para uma saída rápida do salão os que precisam vomitar, ocorrência que costuma afetar os daimistas de primeira viagem. Hoje, a seita tem mais de 100 igrejas em todo o país. Só a Céu de Maria tem 11 000 adeptos que tomam regularmente a DMT.
Na semana passada, uma entidade da Bahia chamada Associação Brasileira de Estudos Sociais do Uso de Psicoativos entrou com uma petição no Supremo Tribunal Federal pedindo a liberação da maconha "para uso terapêutico e religioso". Caso a petição seja aceita, são grandes as chances de outras drogas entrarem para o rol de "sagradas". Tolerância em excesso, combinada com negligência na mesma medida e uma boa dose de vulnerabilidade, física ou emocional das partes envolvidas: eis uma boa receita para construir uma tragédia.
EM MEIO À POLÊMICA, DATA M CONQUISTA CONFIANÇA DO MARANHENSE NAS PESQUISAS
POR EUGÊNIA BRANDÃO
Da Redação / O 4º PODER
Nunca se discutiu tanto, no Maranhão, sobre credibilidade e divulgação de pesquisas eleitorais, como nestas ultimas eleições. A polêmica ocorreu quando foram questionadas as sondagens feitas pelos institutos de pesquisa que apresentavam em seus resultados números bastante divergentes. Nem sempre os resultados das pesquisas se igualam aos obtidos após as eleições.
As pesquisas contratadas por alguns veículos de comunicação e entidades privadas, aliadas ou não, aos principais candidatos ao governo do Maranhão, apresentaram diferenças gritantes em seus resultados, acalorando na discussão.
Essa diferença entre o resultado fictício e o real pode ser atribuída a erros amostrais ou não-amostrais (margem de erro), que, teoricamente, não deveriam ser responsáveis pela não conformidade entre as previsões e os resultados das urnas. Aqueles que são contra a divulgação de pesquisas, costumam afirmar que as sondagens refletem, de uma forma geral, na opinião pública. Também são questionadas as proporções democráticas a serem consideradas como as relações homens e mulheres, pobres e ricos ou jovens e velhos.
Por outro lado, as pesquisas eleitorais dão um panorama prévio dos possíveis resultados, fazendo uso de uma ferramenta sociologicamente correta, a amostragem.
Nos dias atuais não há espaço para campanhas eleitorais, ou mesmo para campanhas publicitárias de qualquer produto, ou qualquer serviço, feitas às cegas, baseadas apenas na sempre discutível “experiência”, na intuição e na improvisação. Hoje não mais se concebe uma campanha que não possua um conhecimento preciso das opiniões e sentimentos dos eleitores, ou do consumidor e do acompanhamento das flutuações daquelas opiniões.
O jornalista José Machado, fundador e diretor do Instituto Data M: credibilidade à toda prova |
Nas ultimas eleições realizadas no Maranhão, as pesquisas, ou, pelo menos, os seus resultados, foram bastante questionados por profissionais de imprensa e pelos próprios políticos, o que chegou a gerar uma enorme polêmica sobre a credibilidade das empresas especializadas neste ramo e seus métodos de trabalho.
A pesquisa política possui os instrumentos técnicos adequados para identificar as propostas aprovadas pelos segmentos decisivos do eleitorado, de cujo apoio depende a vitória. Além disso, proporciona à campanha as informações necessárias para definir o seu eixo estratégico, permitindo-lhe então utilizar, com a maior eficiência possível, os sempre limitados recursos de que dispõe.
Uma campanha eleitoral moderna deve, sempre que possível, ter um programa completo de pesquisas – quantitativas e qualitativas – correspondendo às suas diferentes fases.
Até certo tempo, no passado não tão distante, empresas de comunicação contratavam institutos de pesquisa de fora do Estado para realizar a pesquisa ao gosto de quem bancava os custos, ou seja, dos próprios candidatos. Como não havia compromisso do instituto com o Estado e sua gente, ficava somente o rastro de um trabalho malfeito, que poderia, quem sabe, ser consertado na próxima eleição.
Este comportamento mudou e os veículos de comunicação sabem que contratar institutos de pesquisas suspeitos ou divulgar pesquisas fora da realidade pode resultar em prejuízos para a imagem veículo. Hoje, em meio ao turbilhão de informações envolvendo jornais impressos, emissoras de rádio, televisões, portais de notícias, blogs e mais blogs, existe um fator importante e que não passa despercebido pelos consumidores da informação: “A credibilidade”. No meio de todo este excesso de informação, os leitores sempre buscam informações sérias, em veículos de comunicação que inspirem credibilidade.
INSTITUTO DATA-M FOI MUITO CRITICADO, MAS ACERTOU TODAS. NA MOSCA…
Jornais impressos, colunistas, blogueiros, radialistas e, até, personalidades políticas, criticaram todas as pesquisas realizadas pelo Instituto Data-M, que foram contratadas pelo jornal Atos e Fatos, para avaliação das intenções de votos nas ultimas eleições onde, entre outros, o comunista Flávio Dino (PCdoB) saiu vitorioso, confirmando os números apresentados pelo Data-M.
Veículos de comunicação em todo o Maranhão criticaram duramente o Instituto Data-M, tentando fazer com que a população desacreditasse nos números apurados e divulgados no jornal Atos e Fatos. Mais que isso, a credibilidade das pesquisas de intenção de votos e dos institutos que as realizaram foi claramente questionada. Naquele momento, o eleitor Maranhense teve dúvida.
Na Câmara de São Luís e na Assembleia Legislativa, parlamentares usaram as Tribunas dos respectivos parlamentos com discursos extremamente críticos contra o contratane (Atos e Fatos) e o contratado (Data-M), tentando ridicularizar os números apresentados e divulgados à sociedade maranhense.
Mas o Data-M mostrou a competência de seus profissionais e fez calar a todos os acusadores, quando no final da apuração, a verdade se fez verdade e os números foram literalmente confirmados.
Ao termino do processo eleitoral, ficou comprovado que o Data-M foi um dos poucos institutos a acertar em praticamente todas as pesquisas eleitorais que realizou no Maranhão em 2014.
Alguns jornalistas usaram de suas colunas e blogs para publicar notas de retratação, reconhecendo a eficiência do Data-M durante o processo eleitoral.
OS NÚMEROS DATA-M EM 2014
AGOSTO – Após o início do horário eleitoral nas emissoras de rádio e televisão, o candidato da coligação Todos Pelo Maranhão, Flávio Dino, abriu 35 pontos de diferença sobre o segundo colocado. Flávio alcançava, na época, 57,8% das intenções de voto, contra 23,1% do candidato da família Sarney, Edinho Lobão. Dos demais candidatos, Zé Luis Lago (PPL) pontuava 1%; Josivaldo (PCB) teve 0,9%; Pedrosa (PSOL), 0,4%; e Saulo Arcangeli (PSTU), 0,3%. Cerca de 10% disseram votar em branco e nulo. Somente 6,4% dos eleitores estavam indecisos. A pesquisa Data-M foi contratada e divulgada pelo jornal Atos e Fatos e ouviu 1.500 pessoas, entre os dias 21 a 24 de agosto. A pesquisa foi registrada no TRE sob a inscrição 037/2014. A margem de erro do questionário era de 3 pontos para mais ou menos.
SETEMBRO – Outra pesquisa Data- M, também, encomendada pelo jornal Atos e Fatos, que foi divulgada no dia 10 de setembro e apontava que Flávio Dino ampliava a vantagem na disputa pelo Governo.
Dos candidatos que se enfrentaram pelo Governo maranhense, Flávio Dino continuava na liderança com 58,2% da preferência dos entrevistados, mais que o dobro do segundo colocado, Lobão Filho, que tinha apenas 24,6%, Zé Luis Lago aparecia com 0,5%, enquanto Prof. Josivaldo, Saulo Arcangeli e Pedrosa empatavam em 0,3% cada. Os votos em branco ou nulo totalizavam 6,2% e os que não quiseram opinar 9,5%.
SETEMBRO – Outra pesquisa Data-M, publicada em 27 de setembro, mais uma vez, contratada e publicada pelo jornal Atos e Fatos, mostrava que o candidato Flávio Dino continuava a ampliar a vantagem sobre o segundo colocado e, naquele momento, estava com 40 pontos na frente. Faltava apenas uma semana para o dia da eleição, e o resultado da pesquisa antecipava a vitória de Flávio Dino no primeiro turno.
O levantamento mostrava que Flávio Dino subia de 56,3% para 59,9%. O segundo colocado, Edinho Lobão, caia de 27,5% para 19,9%.
Antonio Pedrosa (PSOL) tinha 0,7%; Josivaldo (PCB) e Zé Luis Lago (PPL) apareciam com 0,6% cada; e Saulo Arcangeli (PSTU) apresentava 0,5%. Brancos e nulos somaram 7,2%; e 10,7% não souberam responder ou não responderam.
A pesquisa ouviu 1.500 eleitores em 50 municípios maranhenses. A margem de erro foi de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) sob o número 0057/2014.
O RESULTADO – Com 100% das urnas apuradas, o candidato do PC do B obteve 63,52% dos votos válidos, contra 33,69% de seu adversário peemedebista. Na disputa pelo Senado, a vitória foi de Roberto Rocha (PSB), que conseguiu se eleger com 51,41% dos votos válidos. Exatamente o que apontou a pesquisa Data-M / Atos e Fatos.
CONQUISTA DA CREDIBILIDADE
O resultado das eleições deste ano, no Maranhão, serviu não somente para mostrar a seriedade e competência do Instituto Data-M, comandado pelo jornalista José Machado. Foi muito mais além.
O Data-M, diante de todas as acusações e críticas, ao ser a única empresa do ramo a acertar em todas as sondagens, consequentemente conquistou o respeito e restabeleceu a confiança dos eleitores e contratantes do mercado das pesquisas.
Homem mata duas pessoas com metralhadora no Desterro
Do Jornal Pequeno
Uma tragédia foi registrada no bairro do Desterro, nesta segunda-feira (8). De acordo com informações policiais, uma ocorrência, de número 14.306, dá conta de que duas pessoas foram assassinadas a tiros de metralhadora no local.
O caso foi registrado no Plantão Central, que agora funciona ao lado do Parque do Bom Menino. A ocorrência conta que um homem identificado como Fábio Costa Dias teria sido o responsável pela ação criminosa.
Ele estava armado com uma faca ameaçando os moradores do bairro. A polícia militar foi acionada e durante as negociações, o homem teria agarrado um dos PMs e puxou o gatilho da metralhadora do militar.
A arma disparou e atingiu fatalmente duas pessoas: José Antônio Silva Leitão, de 53 anos, e Genilson Ferreira Braga, 25 anos.
Fábio Costa Dias, foi preso e apresentado no Plantão do Central. O caso foi transferido para a Delegacia de Homicídios, pois o rapaz foi autuado em flagrante por assassinato.
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