quarta-feira, 6 de abril de 2016
Viúvas da migração
Em um dos municípios brasileiros de onde mais migram trabalhadores que serão vítimas de trabalho escravo, esposas cuidam sozinhas de seus filhos, que ficam meses ou anos sem ver o pai
Por Stefano Wrobleski,
Do Repórter Brasil
A pobreza extrema e falta de perspectiva de empregos em Codó, um município com 118 mil habitantes no Maranhão, leva semanalmente dezenas de trabalhadores a deixar suas casas e cruzar o país em busca de trabalho. Quem fica são as mulheres – esposas e irmãs dos migrantes –, que cuidam sozinhas, por meses ou anos, dos filhos que ficam para trás. Como o dinheiro enviado pelos homens para casa é pouco, o principal meio de sobrevivência destas famílias é o Bolsa Família, que alcança dois terços das 27 mil famílias do município.
“Um dia tem só arroz, outro dia não tem nada pra comer”, conta Andreia (dir.) ao lado de sua mãe, Tereza (esq.) 
“Um dia tem só arroz, outro dia não tem nada pra comer. A vida aqui é dura demais”, lamenta Andreia Pires da Conceição, que vive em uma pequena casa na periferia de Codó. O pai de cinco dos seus seis filhos mudou-se para São Paulo em busca de emprego e acabou ficando. Depois que o casal se separou, ele só entra em contato por telefone e não envia dinheiro para os filhos.
Na casa de Andreia, hoje, são 17 pessoas que compartilham o espaço de seis cômodos e dependem do Bolsa Família que ela, sua cunhada e sua mãe recebem por manter as crianças na escola. Além da frequência escolar, a renda mensal também é critério no programa federal e não pode ultrapassar os R$154 por pessoa da família.
As crianças da casa, que estão em parte na foto, sobrevivem com o que as mães recebem do Bolsa Família |
Além do Bolsa Família e do arroz plantado pelo pai de Andreia, a renda em casa é complementada pelo que dois dos três irmãos de Andreia, que estão no interior do Mato Grosso, conseguem mandar. Eles trabalham descarregando caminhões de soja, em jornada exaustiva que começa ao meio-dia e às vezes termina só depois das 23h, segundo contam à mãe, Tereza, de 57 anos.
Mas nem sempre o dinheiro chega. Não é todo mês que os irmãos conseguem guardar parte do salário para enviar a Tereza, Andreia e as crianças.
Além da soja, é principalmente na construção civil e na cana-de-açúcar que os migrantes acabam encontrando trabalho. É entre migrantes empregados nestes setores que está a maior parte das 413 vítimas de trabalho escravo resgatadas em todo o país entre 2003 e 2014 que eram de Codó – um dos maiores polos de saída de migrantes do país. Dos libertados, apenas 14 eram mulheres, de acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra. A proporção reflete uma tendência de todo o país: na maioria, os homens trabalham fora, enquanto as mulheres cuidam da casa e das crianças.
As longas viagens feitas por estes trabalhadores deixa saudade aos que ficam e reduzem a rede de proteção dos que vão. No caso de Tereza, a mãe de Andreia, o contato com os filhos que partiram para o Mato Grosso é difícil. Valdivino, um dos rapazes, não dá notícias desde dezembro de 2015, quando teve seu celular roubado. “Ele ficou só, enquanto os companheiros vieram tudinho. Depois que os outros vieram foi que a gente teve notícia que ele tá lá, trabalhando. Faz mais de três meses que nós conversamos com ele da última vez”, conta Tereza.
Expulsos da terra
A casa de Andreia e Tereza fica em Codó Novo, um dos bairros mais vulneráveis da cidade, em que o esgoto atravessa a céu aberto as ruas de barro. Antes de migrar para o bairro periférico, a família vivia na zona rural, onde o cultivo da terra garantia um mínimo de comida na mesa. Mas a família foi expulsa por um latifundiário e, por R$50 por mês, alugam hoje a casa onde estão há três anos. “Estamos nesse bairro porque não temos casa em lugar nenhum”, diz Tereza.
Apesar da expulsão do local onde moravam, José Rocha, pai de Andreia, caçou um pequeno pedaço chão a 60 quilômetros de casa, onde cultiva o arroz que garante o sustento mínimo da família. Flávia Moura, pesquisadora da Universidade Federal do Maranhão e autora da dissertação de mestrado “Escravos da Precisão: economia familiar e estratégias de sobrevivência de trabalhadores rurais em Codó”, explica que a população de Codó, apesar de estar em uma cidade grande, é composta por trabalhadores muito atrelados à terra: “Por mais que tenha havido uma predominância do latifúndio, os trabalhadores insistem em manter a roça de subsistência. A migração é muito mais estratégica porque não circula dinheiro na cidade. Há só algumas pequenas empresas na cidade, mas elas não seguram a economia”. 
Algumas das crianças da casa no quintal 
O bairro de Andreia é um dos que mais recebe novas famílias, as quais são forçadas a sair da zona rural para a cidade e que, sem mais espaço para a agricultura de subsistência, veem seus homens viajando para garantir a sobrevivência com o dinheiro que sobrar. No município, de acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, a população em área urbana subiu de 56% para 68% entre 1991 e 2010, apesar de um crescimento populacional de 0,86% no período. O dado mostra que, com uma população quase estagnada, o aumento de pessoas na cidade vem principalmente da migração de famílias do campo.
São estas novas famílias da cidade que mais concentram os migrantes de Codó que serão escravizados pelo Brasil. Cerca de um terço dos 413 trabalhadores resgatados que eram do município declararam aos fiscais Ministério do Trabalho e Emprego residirem em Codó Novo ou em Santa Teresinha, um bairro vizinho.

Bairros vulneráveis

Endereços de origem dos resgatados da escravidão de Codó mostram que um terço saiu da vizinhança de Andreia

Quando viviam na zona rural, o pai de Andreia trabalhava com a ajuda dos filhos e netos cultivando a terra e fazendo crescer os alimentos que sustentariam a família pelo ano. Já Andreia e Tereza, além de cuidar da casa, se ocupavam da retirada dos cocos de babaçu, presentes nas terras de toda a região de Codó. Com o fruto, elas faziam azeite e carvão. A atividade é tradicional para as mulheres do campo desta parte do Maranhão, que costumam usar os produtos do babaçu em casa ou vendê-los na cidade, complementando a renda da família.    
Prefeito Josemar Sobreiro empossa novos secretários em Paço do Lumiar

O prefeito Josemar Sobreiro, acompanhado pelo seu vice, Marcone Lopes, deu posse aos novos secretários municipais de Paço do Lumiar, em concorrida cerimônia na manhã desta terça-feira (5), na sede da prefeitura. A mudança na estrutura administrativa faz parte do conjunto de medidas adotadas pela atual gestão para garantir a continuidade dos programas e serviços, tendo em vista aproximação do pleito eleitoral deste ano.

Compareceram gestores municipais, servidores, vereadores, representantes da sociedade civil, lideranças políticas e comunitárias da cidade. Prestigiou a cerimônia, também, o suplente de senador e presidente do PSDB em São Luis, Pinto Itamaraty.

Pela reforma administrativa, deixa o cargo de chefe de Gabinete do prefeito, Genival Pereira e toma posse, em seu lugar, Willian Rios. Na Secretaria de Educação, Graça Privado entrega o cargo para o professor e sindicalista Júlio Graziani Correa Sales. Ela se afasta para concorrer a uma vaga no Legislativo municipal. Já o secretário adjunto de Desenvolvimento Social, Thiago Azevedo assume a titularidade da pasta em substituição a Nalber Braga.

O prefeito Josemar Sobreiro, acompanhado pelo seu vice, Marcone Lopes, deu posse aos novos secretários municipais de Paço do Lumiar, em concorrida cerimônia na manhã desta terça-feira (5), na sede da prefeitura
O prefeito, em discurso aos presentes, enalteceu o trabalho desenvolvido pelos ex-gestores, que proporcionou inúmeros avanços em benefício da população de Paço do Lumiar. Josemar desejou empenho e sucesso aos novos integrantes de sua equipe de governo.

Desejo êxito aos novos membros que chegam para reforçar nosso grupo de governo. Peço aos senhores que mantenham compromisso com as famílias luminenses. Sabemos das dificuldades pelas quais atravessam as prefeituras, em decorrência da crise mundial. Em Paço do Lumiar, temos buscado alternativas para que possamos vencê-las com planejamento e parcerias, focando em resultados e em honrar os compromissos com a nossa população”, destacou.


Momento histórico

Em discurso, o vice-prefeito Marcone Lopes mencionou o momento histórico que marca os 55 anos de emancipação política de Paço do Lumiar, com a escolha de um professor concursado para comandar a Educação. “É a segunda vez, na história de Paço do Lumiar, que damos posse a um servidor de carreira no primeiro escalão do poder executivo municipal. Professor Júlio Graziani tem uma trajetória de trabalho e de luta pela bandeira da educação luminense, e agora passa a chefiar um dos órgãos principais da nossa gestão”.

O professor Júlio aproveitou o momento para destacar a valorização e o reconhecimento à classe de professores na atual gestão, com a efetivação dos reajustes salariais dos professores, conforme preconiza a Lei. Ele falou dos desafios em dar prosseguimento às ações e projetos educacionais no município. “Agradecemos a oportunidade de assumir a secretaria. Entendemos o convite como reconhecimento pelo nosso trabalho como professor desta rede e ao próprio corpo docente do município. Faremos uma gestão que irá atender a toda uma rede de ensino, dando destaque ao papel da educação para o desenvolvimento de nossa cidade”, sintetizou.

MATÉRIA ENVIADA PELA COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO DA PREFEITURA DE PAÇO DO LUMIAR 

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