segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Ribamar detém todas as potencialidades à frente dos demais municípios para processo de reconhecimento nacional a partir de janeiro.


POR FERNANDO ATALLAIA

EDITOR-CHEFE DA AGÊNCIA BALUARTE


Grandes áreas verdes que podem facilmente serem transformadas em parques ecológicos Referência; rios, que apesar de esquecidos e poluídos, podem ser recuperados voltando a simbolizar- além da alegria dos ribamarenses-, pontos turísticos exponenciais do Maranhão e uma flora medicinal invejável que passou seus últimos anos abandonada pelas gestões de Ciência do estado e órgãos públicos locais.



Esses são apenas alguns dos aspectos que podem chamar a atenção dos maranhenses para o fato de que São José de Ribamar, além da religiosidade vigorosa e pungente, é também a cidade mais propensa a um reconhecimento que há muito se extinguiu no país quando a opinião pública nacional volta sua atenção para as terras gonçalvinas. Mesmo São Luís, a capital maranhense, que carrega o título de patrimônio cultural da humanidade, há muito não representa a insígnia concedida. 


Agora num momento onde terminologias como ‘governabilidade acertada’, ‘resgaste da identidade cultural’ e ‘boa aplicabilidade das políticas públicas’ são a bola da vez no glossário político brasileiro e se estendem ao imaginário dos munícipes em todo país, a realidade de São José de Ribamar-geográfica, social, humana-, expõe um território portentoso e rico em perspectivas de crescimento. Na Grande São Luís, Ribamar se destaca como segunda maior cidade da região. É a terceira do Maranhão no âmbito estadual. 
 
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OBRIGAÇÃO DIPLOMÁTICA O prefeito eleito de São José de Ribamar, Luis Fernando Silva: desafio de fazer da cidade roteiro do país. 
Essas especificidades vão ao encontro de outras não menos importantes. São José de Ribamar detém todas as condições para se configurar em muito pouco tempo centro irradiador de decisões administrativas e diplomáticas para as demais cidades maranhenses.  Tanto pelo engajamento a um projeto dimensional de gestão já pensado pelo prefeito eleito em outubro passado, quanto pelo preparo técnico do qual dispõe o futuro gestor.


Por outro lado, no plano ideológico a cidade ainda precisa avançar. Há certa conduta paroquiana que vem ainda interferindo  diretamente nas decisões políticas na esfera de poderes como o Legislativo, por exemplo. Contrastando com esse fato, o que se vê saltar aos olhos é uma cidade que urge se desenvolver sob a força de sua própria natureza e aí se inclue a notável vocação de São José de Ribamar para a Agricultura, o Turismo, a Pesca e o Comércio. Este último, ainda que tímido por falta de otimização do setor nos últimos seis anos, aguarda por seu despertar através de projetos estruturais na área da economia como a implantação de fábricas, grandes centros comercias descentralizados a todo município  e um polo industrial condizente com a admirável dimensão do território ribamarense.



A gestão passada, atravancada por um corpo-secretariado despreparado para pensar Ribamar sob a ótica de suas reais conjunturas, não atingiu além do prédio da prefeitura um avanço sequer no quesito representatividade além-estado, além-fronteiras. E as parcerias, ínfimas, mínimas e inconsistentes com o Executivo estadual não resolveram sequer os problemas mais básicos locais. Mas o fato é que a busca por investimentos, convênios e parcerias nesse novo momento histórico que se inaugura, deverá se dá na esfera também nacional e até internacional. A cidade balneária tem atrativos de sobra para tanto.



E este é um dos grandes desafios da próxima gestão: contextualizar São José de Ribamar no país como roteiro para brasileiros de todos os estados da federação e para estrangeiros de todos os países do mundo.  
Egos descontrolados

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Por José Luiz Oliveira de Almeida
Vou iniciar essas reflexões, lembrando de uma lição que extraí do romance Casei com um comunista, de Philip Roth: “Temos de tirar o chapéu para a vida, em homenagem às técnicas de que ela dispõe para despojar um homem de toda a sua relevância e esvaziá-lo completamente do seu orgulho” (personagem Murray Ringold, professor de inglês, irmão de Ira Ringold, destruído em face de suas convicções, no pós-guerra, quando a febre do anticomunismo contaminava a política americana).

Vou relembrar, também, uma expressão que minha mãe gostava muito, sempre que nos flagrava num desvio de conduta: “Nada melhor que um dia atrás do outro”, ou então, “a vida é quem ensina a viver”, nos advertindo sobre o que mundo reservava aos que agem impensadamente ou que se deixam levar pelo orgulho e/ou pela vaidade.

Feitas essas observações, à guisa de ilustração, para que nos lembremos sempre de que nenhum orgulho resiste às vicissitudes da vida, devo dizer que, como todos sabem, conviver com os contrários, com quem pensa e age diferente de nós, é um aprendizado que requer paciência e exige de todos nós uma certa dose de perseverança. Todavia, todos nós sabemos que não é fácil contemporizar com posições antípodas, que tendem a ser mais frequentes, quanto mais plural for a sociedade.
No mundo plural em que vivemos, portanto, é preciso saber ouvir, refletir, com respeito e sem prepotência, sobre o que dizem aqueles que pensam diferente de nós. Não é humilde, mas uma lamentável e abominável arrogância, só dar ouvidos à sua própria voz, ofertando ao interlocutor “ouvidos de mercador”.

Qualquer pessoa minimamente atenta já deve ter percebido que habitamos num mundo onde pontificam, para o desconforto das relações, os que não sabem ouvir, os que desprezam os argumentos do interlocutor, como se fossem senhores absolutos da razão, a reclamar, urgentemente, uma revisão de conceitos, pois, muito provavelmente, quando se derem conta de que a verdade não tem dono e que talvez tenham se apropriado de uma mentira, ao fazerem tabula rasa das verdades que tentaram neles introjetar, sentir-se-ão como aquele sujeito que, apesar do poder que tinha, não podia mudar a cor da luz do semáforo, se submetendo, nesse cenário, às mesmas restrições impostas ao mais humilde semelhante, como de resto acontece em várias passagens da vida.

Não é democrático, nem razoável, definitivamente, o não saber ouvir, o não tolerar a adversidade. O pensamento único e a verdade absoluta não habitam o mundo da relatividade, que não tolera os que só olham o mundo de acordo com as cores da sua lente, conforme as suas idiossincrasias, com os valores que incorporou e a partir dos quais forjou a sua personalidade.

Viver, conviver, compartilhar as inquietações, as angústias com os que pensam de modo diferente, com os que têm visão de mundo oposta à nossa, é um exercício de humildade que todos nós deveríamos cultivar.

É um erro grave de convivência não aceitar a divergência, a tentativa de impor um ponto de vista. Não é, definitivamente, construtivo nem faz bem para a relação quando uma das partes pensa ser dona da verdade, sabido que a verdade não tem dono. Entrementes, todos os dias, ainda nos deparamos com essas pessoas, como se existissem verdades expostas para a venda numa gôndola de supermercado.

Na construção de uma tese ou na sua antítese, é bom para as relações e engrandece as amizades a compreensão de que discordar faz parte da vida e que é a partir da aceitação das divergências de ponto de vista que podemos, definitivamente, construir uma sociedade fraterna e plural.
Tenho uma especial admiração pelo Doutor Dráuzio Varela, o que me leva a acreditar facilmente em tudo o que ele diz. As posições dele, as recomendações que ele faz, tudo que ele diz eu assimilo como se fossem conselhos de um amigo fraterno.

A minha admiração pelo Dr. Dráuzio Varela se solidificou quando, em seu livro Carcereiros, deparei-me com a passagem em que ele lamentava ter perdido contato com o mundo marginal.

Diz ele, a propósito, que a falta de contato com os presídios deixava a sua vida mais pobre, pois, de tão envolvido com esse universo,não suportava ter que passar agora o resto da vida convivendo exclusivamente com pessoas da mesma classe social e valores semelhantes aos dele, sem a oportunidade de se deparar com o contraditório, com o avesso da vida que levava, sem poder conviver com a face da mais indigna desigualdade social, sem poder ouvir histórias que não passariam pela cabeça do ficcionista mais criativo, sem conhecer a ralé desprezível que a sociedade finge que não existe, a escória humana que compõe a legião de perdedores que um dia imaginou realizar seus anseios pela via do crime, e acabou enjaulada num presídio.

Essa, sim, é uma lição de vida para os que só querem ouvir a sua própria voz e abominam, no mesmo passo, os argumentos contrários. Esses, tenho dito, têm o ego descontrolado.

José Luiz Oliveira de Almeida é desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão. Foi Juiz de Direito da 7ª Vara Criminal e Promotor de Justiça. Também lecionou na Universidade Federal do Maranhão e na Escola da Magistratura do mesmo estado, tendo optado, há alguns anos, pela dedicação exclusiva ao Poder Judiciário.

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